São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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CBF convida Pelé para chefiar comitê da Copa

Antigos desafetos, Ricardo Teixeira e ex-atleta trataram do tema em encontro

Resposta deve ser dada até o final de outubro, porém já cartolas dão como certa a adesão do melhor jogador da história do futebol


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, convidou Pelé, o seu mais famoso desafeto no futebol, para comandar o comitê de organização da Copa de 2014, que o Brasil pleiteia.
O encontro, que não foi divulgado com antecedência pela CBF, aconteceu na tarde de anteontem na sede da entidade, na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro.
Na conversa, Teixeira ofereceu ao ex-jogador o cargo de principal dirigente do futuro comitê -seria semelhante ao que Franz Beckenbauer ocupou no Mundial da Alemanha.
A decisão da Fifa sobre o país-sede sairá no próximo ano. Mesmo assim, as chances de a candidatura brasileira vencer são grandes. O presidente da entidade mundial que controla o futebol no planeta, o suíço Joseph Blatter, já anunciou que a competição será disputada na América do Sul em 2014.
Apesar de Pelé não ter dado oficialmente a sua resposta, dirigentes da CBF acreditavam ontem que o ex-jogador vai aceitar o cargo. Eles crêem que, caso Pelé não estivesse interessado, não se encontraria com Teixeira na sede da entidade por causa das antigas desavenças entre ambos. A resposta deverá sair até o fim de outubro.
A intenção da CBF é contar com Pelé já neste ano em eventos da Fifa. O ex-jogador daria mais credibilidade á candidatura brasileira, segundo dirigentes da confederação.
Em 2000, quando disputava uma ferrenha batalha com Pelé nos bastidores, Teixeira convidou Zico para comandar o comitê de candidatura brasileira a sede da Copa de 2006.
Esta não é a primeira vez que os dois conversam sobre os planos do Brasil para receber a Copa de 2014. A aproximação entre a dupla ocorreu no Mundial da Alemanha. Os dois se encontraram várias vezes em eventos da Fifa durante a última Copa.
Pelé chegou à sede da entidade acompanhado de Celso Grellet, empresário ligado ao ex-jogador. Hélio Viana, que havia rompido com Pelé há cerca de cinco anos, também participou do encontro. Viana era sócio do ex-jogador na Pelé Sports & Marketing. Eles travaram uma disputa judicial com acusações mútuas.
Na época do rompimento, Viana, que é atualmente aliado de Teixeira, disse: ""Pelé já morreu. Esse Pelé maravilhoso que encantou a Terra morreu ao deixar os campos de futebol. O que sobrou foi um mercenário chamado Edson que não tem lealdade, amizade ou gratidão por qualquer coisa". No encontro de anteontem, os dois deixaram as rusgas de lado.
Teixeira e Pelé disputam nos bastidores o poder no futebol brasileiro desde o início da década de 90. O ex-jogador, que foi ministro do Esporte no governo FHC, já até denunciou um suposto esquema de corrupção na CBF. Ele anunciou várias vezes que queria a saída do dirigente da presidência da entidade. Por conta disso, Pelé não teve vida fácil no mundo da cartolagem, ficando fora até de eventos importantes do futebol, como os festivos sorteios de grupos da Copa do Mundo.


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