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Títulos em parceria e dívidas são legado
Turbinado por R$ 350 mi investidos por sócios, Dualib ganhou 12 troféus
Sucesso no futebol não
se repete no restante da administração, que tem
débitos milionários e não gerou melhoria na estrutura
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhum presidente corintiano ganhou tantos títulos como Alberto Dualib. Mas nenhum teve tanto dinheiro "fácil" para gastar na contratação
de jogadores e poucos deixaram o clube em estado tão lastimável na despedida como ele.
Foram 12 taças desde que assumiu, em 1993, numa eleição
em que foi acusado de traição
por Vicente Matheus, outro
caudilho corintiano.
Mas só três foram sem o dinheiro farto das três parcerias
fechadas por Dualib, sendo que
o Paulista de 2003 ainda foi ganho com um time que tinha
uma herança da parceria com o
HMTF, que sucedeu o Banco
Excel e antecedeu a MSI.
Os sócios corintianos gastaram mais de R$ 250 milhões
em reforços. Outros R$ 100 milhões foram usados para pagamento de dívidas e investimentos em outras áreas do clube,
que faz cem anos em 2010.
Com estrelas, Dualib foi muitas vezes campeão, só que o resto da sua administração esteve
longe dos mesmos resultados.
O Corinthians foi em boa
parte de sua história uma potência em outras modalidades,
especialmente no basquete
(masculino). Hoje, a agremiação só disputa competições
com crianças na modalidade.
Não faltaram promessas de
construção de estádio (até um
terreno foi comprado pelo
HMTF), mas o clube prossegue
sem uma arena própria.
Quando assumiu, Dualib foi
ao Japão para buscar recursos
que bancariam a construção de
um moderno centro de treinamento no Parque Ecológico do
Tietê, na região leste da Grande
São Paulo. O local só ficou famoso pelas cobras que apareciam nos raros treinos que o time principal fez lá.
O outro CT corintiano, em
Itaquera, também não abriga o
time profissional. Assim, o Corinthians é o único grande de
SP que não tem um local exclusivo para treino e alojamento.
Os balanços financeiros também mostram que Dualib foi
um péssimo gestor financeiro.
O Corinthians encerrou o
exercício de 2006 com uma dívida superior a R$ 80 milhões.
Mesmo com torcida maior, o
clube hoje não tem o maior faturamento no futebol paulista
-perde para o São Paulo.
A longa gestão do cartola foi
recheada de escândalos. Em
1997, ele foi suspenso por dois
anos pelo SJTD no escândalo
de arbitragem que envolveu o
então chefe do setor, Ivens Medes. Foi também acusado de
beneficiar sua neta Carla, intermediária de acordos publicitários corintianos.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO GALDIERI E PAULO COBOS)
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