São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Títulos em parceria e dívidas são legado

Turbinado por R$ 350 mi investidos por sócios, Dualib ganhou 12 troféus

Sucesso no futebol não se repete no restante da administração, que tem débitos milionários e não gerou melhoria na estrutura

DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum presidente corintiano ganhou tantos títulos como Alberto Dualib. Mas nenhum teve tanto dinheiro "fácil" para gastar na contratação de jogadores e poucos deixaram o clube em estado tão lastimável na despedida como ele.
Foram 12 taças desde que assumiu, em 1993, numa eleição em que foi acusado de traição por Vicente Matheus, outro caudilho corintiano.
Mas só três foram sem o dinheiro farto das três parcerias fechadas por Dualib, sendo que o Paulista de 2003 ainda foi ganho com um time que tinha uma herança da parceria com o HMTF, que sucedeu o Banco Excel e antecedeu a MSI.
Os sócios corintianos gastaram mais de R$ 250 milhões em reforços. Outros R$ 100 milhões foram usados para pagamento de dívidas e investimentos em outras áreas do clube, que faz cem anos em 2010.
Com estrelas, Dualib foi muitas vezes campeão, só que o resto da sua administração esteve longe dos mesmos resultados.
O Corinthians foi em boa parte de sua história uma potência em outras modalidades, especialmente no basquete (masculino). Hoje, a agremiação só disputa competições com crianças na modalidade.
Não faltaram promessas de construção de estádio (até um terreno foi comprado pelo HMTF), mas o clube prossegue sem uma arena própria.
Quando assumiu, Dualib foi ao Japão para buscar recursos que bancariam a construção de um moderno centro de treinamento no Parque Ecológico do Tietê, na região leste da Grande São Paulo. O local só ficou famoso pelas cobras que apareciam nos raros treinos que o time principal fez lá.
O outro CT corintiano, em Itaquera, também não abriga o time profissional. Assim, o Corinthians é o único grande de SP que não tem um local exclusivo para treino e alojamento.
Os balanços financeiros também mostram que Dualib foi um péssimo gestor financeiro.
O Corinthians encerrou o exercício de 2006 com uma dívida superior a R$ 80 milhões. Mesmo com torcida maior, o clube hoje não tem o maior faturamento no futebol paulista -perde para o São Paulo.
A longa gestão do cartola foi recheada de escândalos. Em 1997, ele foi suspenso por dois anos pelo SJTD no escândalo de arbitragem que envolveu o então chefe do setor, Ivens Medes. Foi também acusado de beneficiar sua neta Carla, intermediária de acordos publicitários corintianos. (EDUARDO ARRUDA, PAULO GALDIERI E PAULO COBOS)


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