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Inflação elitiza torcida do Brasileiro
Preço médio dos ingressos da Série A sobe 66% desde a edição de 2005, contra variação de 17% no IPC no período
Puxado pelos dois grandes paulistanos, valor médio das entradas aumenta
26% apenas em relação
ao campeonato de 2007
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o valor dos ingressos para
os jogos do Campeonato Brasileiro tivesse a mesma importância do feijão na confecção
dos índices de inflação, o cenário da economia nacional seria
muito mais complicado.
Segundo dados da CBF, sem
contar a rodada do final de semana, o preço médio das entradas para o torneio está em R$
15,27. Isso é 26% mais do que
no ano passado (R$ 12,15) e
66% superior a 2005 (R$ 9,22).
Números que ficam muito
acima dos principais índices de
inflação do país.
De janeiro a agosto, o IPC
(Índice de Preços ao Consumidor) subiu 4,66%. O acumulado
de janeiro de 2005 até o mês
passado está em 17%.
Os principais "vilões" na forte alta do preço dos ingressos
são Palmeiras e São Paulo.
Em relação ao ano passado, o
valor médio do ingresso nos jogos dos dois grandes paulistanos como mandantes subiram
estratosféricos 81%. No caso
são-paulino, passou de R$ 12,5
para R$ 22,6. No palmeirense,
de R$ 15,7 para R$ 28,4.
Os dois times que mais público levam aos jogos também aumentaram de forma substancial o preço das entradas, entretanto, ficam longe dos valores
cobrados pelas diretorias de
Palmeiras e São Paulo.
O Flamengo tem um valor
médio 38% (R$ 16,6) maior do
que em 2007. O Grêmio majorou seus preços em 34%, e hoje
cobra, em média, R$ 18,8.
São raros os casos de times
que diminuíram o preço dos ingressos. Quem fez isso geralmente está em situação ruim
na tabela e precisa apelar a promoções, como já fez algumas
vezes o Santos.
Dessa forma, o time do litoral
paulista tem hoje um valor médio das entradas (R$ 9,6) 19%
menor do que em 2007.
Com os bilhetes bem mais
caros de uma forma geral no
Brasileiro, os clubes aumentaram seus faturamentos com bilheteria mesmo com a média de
público fazendo o caminho
contrário.
Na temporada passada, o Nacional, sempre com números
oficiais da CBF, teve um público médio de 17.461 pagantes
por jogo. Em 2008, a média está
em 15,5 mil torcedores por partida, uma queda de 11%. Mas a
renda média por jogo passou de
R$ 212 mil para R$ 237 mil,
crescimento de 12%.
Mais impressionante é a
comparação com o campeonato de 2005, que teve uma média
de público -14 mil pessoas por
jogo- não muito distante da
registrada atualmente.
Só que naquela época a renda
média não chegava a R$ 130
mil, ou pouco mais da metade
do que os clubes faturam por
partida na edição de 2008.
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