São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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à francesa

FIA pune Briatore, e Renault sai ilesa

Demitido da escuderia na semana passada, dirigente italiano é banido de todos os eventos com a chancela da entidade

Suspensão de dois anos imposta ontem pelo Conselho Mundial, em Paris, só valerá se equipe voltar a quebrar regulamento da F-1

Christophe Ena/Associated Press
O piloto Nelsinho Piquet chega à sede da FIA para reunião do Conselho Mundial sobre o GP de Cingapura de 2008, ontem, em Paris

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

A estratégia de defesa da Renault deu certo, e a equipe escapou sem ser punida da reunião do Conselho Mundial da FIA, que julgou ontem a armação no GP de Cingapura de 2008.
O time, que na semana passada havia anunciado que não contestaria as acusações, admitiu para os 26 membros da entidade que houve uma conspiração entre Nelsinho Piquet, o ex-chefe Flavio Briatore e o ex-diretor técnico Pat Symonds para que o brasileiro batesse o carro de maneira proposital e favorecesse Fernando Alonso.
A admissão da armação e o afastamento de Briatore e Symonds, também na semana passada, surtiram efeito: a Renault foi penalizada com a desqualificação do Mundial até 2011, mas essa pena só terá efeito prático caso o time viole mais uma vez o regulamento.
"O Conselho Mundial considera que as ações são de gravidade sem precedentes. Não só comprometeram a integridade do esporte, mas também colocaram em risco a vida de torcedores, comissários, pilotos e do próprio Nelsinho", disse o comunicado distribuído diante da FIA, pouco depois das 14h.
"Estamos tristes, mas baseados em nossas investigações internas decidimos não contestar as acusações e assumimos nossa responsabilidade", afirmou Bernard Rey, presidente da Renault F-1, único ao lado de Max Mosley a atender a imprensa.
"Por tudo isso, apoiamos a decisão de hoje [ontem], nos desculpamos por nosso comportamento diante da comunidade da F-1 e esperamos que isso fique para trás", completou.
Mas se um dos maiores escândalos da história da categoria saiu barato para a equipe, que nem multa terá de pagar, para Briatore as consequências foram bem mais duras.
Um dos dirigentes mais entranhados na F-1, com participação em equipes, categorias (é um dos sócios da GP2) e agenciamento de pilotos (além de Alonso e Nelsinho, atua com Mark Webber, Heikki Kovalainen e Romain Grosjean), o italiano foi banido, por tempo indefinido, de eventos da FIA.
Além disso, qualquer piloto que seja empresariado ou associado a Briatore não poderá tirar a superlicença, a permissão especial para guiar na F-1.
"Além da gravidade de suas faltas, o senhor Briatore continuou negando sua participação no caso mesmo com todas as evidências mostrando o contrário", disse o documento.
Symonds, o outro "mandante" do escândalo, foi suspenso por cinco anos. Suas restrições são as mesmas feitas a Briatore, com a diferença de que ele não agencia pilotos. Segundo a FIA, a pena foi mais leve porque ele colaborou com a investigação.
Nem Briatore nem Symonds estiveram ontem na reunião em Paris, que começou pouco depois das 9h, com a presença de Nelsinho e de Alonso.
Como a Renault não contestou as acusações feitas pelo brasileiro, o Conselho fez algumas perguntas a seu companheiro para verificar se ele também havia participado da armação -a FIA concluiu que nem ele nem outros membros tinham conhecimento do caso.


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