São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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Porção pardal

Antes de encarar o Ceará, Scolari faz de treino um laboratório , mexe em todos os setores do time e tenta aliviar a pressão no Palmeiras

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Luiz Felipe Scolari fez do treino de ontem do Palmeiras um grande laboratório. Tudo para sacudir e acertar um time que não consegue vencer.
Ao longo de duas horas de trabalho, o técnico palmeirense tentou, experimentou, improvisou, algo que não costuma fazer. Mexeu em todos os setores do time.
Por isso, fica difícil saber qual será o Palmeiras que entrará em campo hoje, contra o Ceará, no Canindé.
São sinais da insatisfação de torcedores e da diretoria, que penam com a sofrível campanha neste Nacional.
"O Felipão é assim, vai testando você em cada posição do campo", disse o atacante Luan, que até de lateral se arriscou no treino de ontem.
O fato é que Scolari corre contra o tempo para acertar um time que, em 24 rodadas, venceu apenas oito jogos, mostra irregularidade e não convence ninguém.
Pior, não ganha há cinco rodadas, não venceu no segundo turno e viu a defesa passar a ser extremamente vulnerável. E, por isso, acabou atraindo a ira da torcida.
Ontem, no treino, Scolari só não mexeu no gol: Deola jogará no lugar de Marcos, poupado. E surpreendeu.
As mudanças começaram na zaga. No empate ante o Avaí, Maurício Ramos foi o titular e fez grande jogo.
Ontem, Thiago Heleno começou o treino no time principal.
Scolari experimentou Luan e Bruno nas laterais; Márcio Araújo começou no meio e foi parar na lateral; Gabriel Silva saiu e deu lugar a Pedro Carmona, assim como Maikon Leite, que foi substituído pelo volante Tinga. Ricardo Bueno também foi testado.
No time que começou como titular, Scolari treinou uma rara e ousada escalação superofensiva: quatro atacantes, com Kleber mais recuado, armando o jogo para Luan, Maikon e Fernandão.
"Dentro de campo, estamos acostumados com o Felipão, sabemos o que ele pensa. Ele faz as mudanças táticas dele, sempre focando primeiramente a sua posição", afirmou Luan. "Para nós, é como andar de bicicleta."
Hoje, o time não terá Rivaldo e Gerley, ambos suspensos após expulsão no empate contra o Avaí, domingo. E Valdivia continua fora, recuperando-se de uma lesão.
A diretoria do Palmeiras já declarou que, até o fim do ano, nenhum novo jogador chegará. No discurso oficial, já se fala até em preparar o time da próxima temporada.
Uma nova derrota hoje pode complicar ainda mais a relação do Palmeiras com a torcida, que já não encara Scolari como uma unanimidade, protestou na última rodada e ouviu ofensas do treinador com gestos e palavras.
"Estamos jogando bem, mas chega no fim dos jogos e levamos um gol. Passou da hora de parar com esses vacilos", disse Maurício Ramos.


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