São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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Federação muda regra para recorde

ATLETISMO
Maratona feminina é afetada e provoca indignação


DE SÃO PAULO

O recorde mundial da maratona feminina está sendo reescrito pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo).
Os tempos históricos feitos nas corridas de rua não contarão mais como recorde se tiverem sido estabelecidos nas provas em que elas correram com homens. A mudança vale também para a meia-maratona e os 10 km.
Com atletas homens correndo ao lado das mulheres e imprimindo um ritmo mais forte à prova, elas tendem a ser mais velozes. É o que considera a resolução da Iaaf, aprovada no mês passado, no Mundial de atletismo da Coreia do Sul, e que será válida a partir de janeiro de 2012.
Sendo assim, o tempo de 2h15min25s feito pela britânica Paula Radcliffe em 2003, nas ruas de Londres, não será mais o recorde mundial da prova. E nem a segunda melhor marca da história das maratonas, 2h17min18s, também da atleta britânica, atingida em 2001, em Chicago.
Esses tempos foram alcançados quando Radcliffe corria ao lado de homens.
As 2h17min42s estabelecidas por ela em Londres, em 2005, serão o novo recorde.
Esse tempo foi alcançado em uma corrida na qual a elite feminina largou 45 minutos antes da masculina. A mudança provocou um debate existencial.
O "New York Times" afirmou que a federação internacional considera as corridas mistas, em que homens e mulheres correm juntos, como uma espécie de doping.
"Se uma mulher participar de uma corrida com um homem e vencê-lo com um novo recorde, não conta como recorde?", indagou o jornal.
O "Chicago Tribune" adotou um tom provocativo: "Quando a Iaaf vai contar como válidos os recordes feitos no paralelo 49 do globo terrestre? Ou em dias com 39% de umidade do ar?".
A WMM (Maiores Maratonas do Mundo), que engloba Londres, Berlim, Chicago, Boston e Nova York, não vai levar em conta a regra da Iaaf. A AIMS (Associação das Maratonas Internacionais), que avaliza 300 provas de rua no mundo todo, também não.
"A Iaaf só quer mostrar que as mulheres podem quebrar recordes sem os homens", declarou Mary Wittenberg, membro da comissão de corridas de ruas da Iaaf.
"Eu acho injusto que essa regra seja retroativa", comentou Radcliffe, que neste domingo participará da maratona de Berlim, ao jornal inglês "The Independent".
No Brasil, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) informou que o pelotão feminino larga 30 minutos antes do masculino nas principais provas. "É uma regra anterior a 2002", disse Martinho Nobre dos Santos, diretor técnico da confederação.

Com as agências de notícias



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