|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLETISMO
Marion Jones e Tim Montgomery são convocados pela Justiça
Astros da pista vão depor em escândalo de doping
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O escândalo de doping nos EUA
virou um caso de polícia.
Os dois maiores nomes do atletismo dos EUA, Marion Jones e
Tim Montgomery, serão intimados a depor em uma investigação
da Justiça Federal, em San Francisco, sobre a Balco, empresa
apontada como fornecedora do
THG (tetraidrogestrinona), esteróide anabólico detectado pela
primeira vez em controles.
Além deles, Barry Bonds, astro
do beisebol, também deve ser
chamado. Ao todo, cerca de 40
atletas serão ouvidos, entre eles
sete estrelas da NFL, a liga dos
EUA de futebol americano
Montgomery é o recordista
mundial dos 100 m. Marion, sua
mulher e também velocista, tornou-se, na Olimpíada de Sydney-2000, a primeira atleta a conquistar cinco medalhas na modalidade em uma edição dos Jogos.
Bonds, por sua vez, é o recordista de home runs (jogada máxima)
em uma temporada da MLB, a liga norte-americana de beisebol.
A convocação foi confirmada
por Victor Conte, presidente da
Balco. Outra cliente famosa da
companhia, com sede Burlingame (Califórnia), é a velocista Kelli
White. Ela foi pega no antidoping
no Mundial de Paris para o estimulante modafinil. Campeã dos
100 m e dos 200 m na França, Kelli
deve perder suas medalhas.
A norte-americana disse que o
remédio foi receitado pelo médico Brian Goldman, que trabalhou
20 anos com Conte. Porém, segundo a Usada (Agência Antidoping dos EUA), não há nenhuma
ligação do modafinil com o THG.
Ontem, a Iaaf, entidade que dirige o atletismo, confirmou que
irá refazer a análise em cerca de
400 amostras de urina coletadas
durante o Mundial de Paris, disputado de 23 a 31 de agosto.
"Não há dificuldades legais.
Nossas regras são claras: temos o
direito de fazer testes. Agora vamos finalizar os detalhes", conta
Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
A Wada (Agência Mundial Antidoping) quer "recalls" antidoping em outras modalidades.
"Vamos incentivar todas as entidades responsáveis pela área a
fazer uma revisão nas amostras
coletadas", conta David Howman, diretor-geral da Wada.
A agência divulgou que o método de detecção do THG será repassado em breve a todos os laboratórios credenciados pelo Comitê Olímpico Internacional.
Essa tecnologia foi desenvolvida
pelo laboratório antidoping da
UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). O anúncio
da nova droga foi feito na quinta-feira passada pela Usada.
"Esse é um exemplo de como o
conhecimento científico compartilhado pode brecar as fraudes por
doping", comenta Howman.
Esse promete ser o maior escândalo de doping da história. Já se
fala que haverá entre 20 e 40 atletas de elite flagrados com a nova
droga, o que pode prejudicar a
performance dos EUA nos Jogos
de Atenas, no ano que vem.
O THG possui parentesco com a
gestrinona, outro esteróide anabólico. Segundo o Código Mundial Antidoping, o atleta pode ser
suspenso caso seu teste detecte
uma substância proibida ou suas
"similares". O tetraidrogestrinona faria parte desse grupo.
Com agências internacionais
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Sai 1º nome de atleta flagrado Índice
|