São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006

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Muricy prepara São Paulo para o pior

Técnico tira pressão dos atletas e declara que, se revés para o Grêmio acontecer, equipe tem "gordura" para administrar

Com oito pontos de frente para gaúchos, preocupação de treinador é que possível perda de pontos não quebre embalo do time no Nacional

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um time preparado para perder. Esse foi o tom das conversas que o técnico Muricy Ramalho teve com os jogadores na semana de preparação para pegar o Grêmio, em partida que opõe o líder São Paulo, com 59 pontos, ante o segundo colocado no Campeonato Brasileiro.
Com oito pontos a mais e nove jogos a cumprir, o time paulista trabalha para manter essa confortável distância, mesmo jogando hoje, no Sul, às 16h.
Se, para a imprensa, o discurso de Muricy foi o de manter um time aguerrido em busca da vitória, internamente a abordagem aos seus comandados foi bastante diferente.
Segundo um dos titulares escalados para enfrentar o Grêmio, a preocupação do treinador foi preparar sua equipe para que um possível revés em Porto Alegre não provoque uma pane geral no elenco.
O jogador, que pediu para não ser identificado, detalhou o discurso de Muricy. O técnico falou que uma derrota não vai ser caso de vida ou morte, que todos os times, inclusive o São Paulo, vão perder pontos nos jogos que restam e que a pressão é toda do Grêmio -vai ter contra si a cobrança da torcida.
O jogo de hoje é considerado chave. Mas, apesar de o confronto envolver o seu perseguidor mais direto, Muricy não quis pressionar os atletas.
O seu discurso foi o de que o ideal seria decidir já -bater o Grêmio-, mas, se vier a derrota, ainda será possível administrar a "gordura" no torneio.
Durante a entrevista, Muricy até deu algumas pistas do que conversou com os atletas. "Tudo tem o seu momento certo. Não pode ficar só falando a mesma coisa, senão você se torna um cara chato. Tem momentos para pressionar. Em outros, não", afirmou o técnico.
Para o jogo, Muricy confirmou André Dias na defesa. No coletivo, o zagueiro até chegou a se arriscar mais no apoio, porém, no Olímpico, a missão vai ser basicamente defensiva.
No coletivo, o destaque ficou mais uma vez para as jogadas de bola parada. Com a proibição aos cinegrafistas de gravarem os lances ensaiados, Danilo, Rogério e Júnior tentaram cobranças diretas e em dois toques contra o gol de Bosco.
Souza prossegue como referência para batidas de escanteios e bolas alçadas à área.
Jogador mais experiente do time ao lado de Rogério, Júnior disse que espera um duelo tático. "O Grêmio é uma equipe muito obediente nesse sentido. Os jogadores correm bastante, são jovens e vão ser incentivados o tempo todo pela torcida", afirmou o lateral-esquerdo.
Diante do caldeirão em que o Olímpico deve se transformar hoje à tarde, outra preocupação da comissão técnica foi com o fôlego da equipe. Os atletas treinaram em dois períodos na terça e na quarta, mesclando trabalhos físicos com bola.
"Vai ser um jogo muito pegado, de disputa, e preparação física vai ser fundamental para agüentar o ritmo", disse Souza.
Quanto à pressão dos torcedores, os jogadores garantem estar preparados. "Acho que a torcida do Grêmio é até mais fanática que a do Internacional", declarou André Dias. "Mas, depois que a bola começa a rolar, a gente vai ficar focado é dentro de campo mesmo."
NA TV - Grêmio x São Paulo
Globo e Record (para SP e Curitiba), ao vivo, às 16h

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