São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009 |
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JUCA KFOURI O sucesso dos forasteiros
PETKOVIC SERÁ eleito o craque do Brasileirão-2009? Não duvide, principalmente se o Flamengo obtiver, ao menos, uma vaga na Libertadores, coisa que parece bem próxima. Aos 37 anos de idade, o meia sérvio é um cracaço? Se fosse, no mínimo, não seria enjeitado por tantos técnicos da seleção de seu país. E provavelmente estaria deslumbrando a Europa. Mas é, de fato, um baita jogador, com uma inteligência que o distingue, não apenas fora de campo, nas entrevistas que dá, mas, também, e principalmente, nos gramados pelo país afora. Se um estrangeiro for o craque do ano, nem será novidade, basta lembrar que Carlitos Tevez, quatro anos atrás, ganhou o prêmio. E o jovem Tevez, então com 21 anos, é um cracaço? Se fosse, no mínimo seria titular da seleção de seu país. E brilharia na Europa muito mais do que tem brilhado. Mas é, de fato, um jogador voluntarioso, que sua sangue, que não se intimida e se grunhe nas entrevistas, faz cara feia e assusta também seus adversários dentro de campo. El Mago Valdivia, 26 anos completados na segunda-feira passada, também não é um cracaço, embora o Palmeiras o esteja trazendo de volta tão querido que é pela torcida alviverde, apesar de ser mais um que ainda luta pela titularidade em sua seleção, a chilena. Pet, Tevez e Valdivia são apenas três exemplos e muitos mais há por aí, como Guiñazu, por exemplo, xodó colorado, outro que não está na seleção do país dele. Por que essa gente faz tanto sucesso por aqui? A resposta é óbvia e pode ser dada de dois jeitos: 1) o nível aqui está uma draga; 2) o que há de melhor entre os atletas brasileiros está lá fora. A primeira alternativa é uma meia verdade. E uma meia mentira. A segunda é tão evidente que Kaká, Júlio César, Luis Fabiano, Maicon e Diego estão entre os finalistas da Bola de Ouro-2009, prestigiado prêmio que a revista "France Football" confere desde 1956 e que rivaliza com o da Fifa. Qualquer um deles que estivesse por aqui estaria fazendo o sucesso de Petkovic, ou mais. Porque Ronaldo, principalmente no primeiro semestre, gorducho ou não, e Adriano, agora, problemático ou não, também fazem a diferença, como se estivessem, e na verdade estão, em patamares diferentes dos demais. E usei patamar no plural porque Ronaldo está num que é superior ao do Imperador, assim como ao de Pet, Tevez, Valdivia e, sim senhor, Kaká, o que torna desnecessário citar os demais. Em resumo, os forasteiros fazem sucesso não é porque a galinha do vizinho é sempre a mais gorda, mas porque os nossos forasteiros são melhores que os forasteiros dos outros. E, inteligentes todos eles, trataram de fazer caminhos opostos. Pero Vaz de Caminha já havia descoberto a razão: aqui, em se plantando, tudo dá. Medalha de lata Ao tentar intimidar o crítico Alberto Murray, o COB o processa por ter publicado o que o TCU acha do Pan-2007 e por usar a palavra olímpico. Ridículo?! Mas, só?!!! blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Racismo: Atleta se diz vitima de torcida Próximo Texto: Fominha, Poliana leva Copa do Mundo Índice |
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