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Fominha, Poliana leva Copa do Mundo
Diferentemente de adversárias, brasileira disputa maioria das etapas e é a melhor do circuito de maratonas aquáticas
Com despesas pagas pela
confederação, nadadora aproveita ausências de principais rivais e vence 9 das 12 provas da temporada
Cristhiane Fanzeles/Divulgação
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Nadadora exibe troféu
FERNANDO ITOKAZU
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Após muitas viagens e 11 etapas pelo planeta, Poliana Okimoto conquistou o título da
Copa do Mundo de maratonas
aquáticas da Fina (Federação
Internacional de Natação).
Para se tornar a primeira
brasileira a alcançar a façanha,
a nadadora venceu 9 das 11 provas de que participou neste ano
-Poliana não competiu na etapa do Canadá, com data coincidente à do Mundial de Roma.
Com as despesas de viagem
pagas pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos), Poliana, 26, foi uma
das únicas atletas que subiram
ao pódio no Mundial ou em
Olimpíada a participar de quase todas as etapas do circuito.
"Vale gastar. Nem quero saber [o quanto gastou]. Estou feliz da vida. Vou continuar investindo no próximo ano nela
[Poliana] e nos demais atletas",
afirmou Coaracy Nunes Filho,
presidente da CBDA, que conta
com recursos da Lei Piva e do
patrocinador, os Correios.
No total, a estimativa é de
gasto de cerca de R$ 53 mil em
viagens de Poliana e de Ricardo
Cintra, técnico e marido dela
-a estadia é paga pela Fina.
"Se você não investe nas viagens, acaba quebrando o atleta.
Nada surge de graça. Em 2007,
formei uma comissão [para
maratonas aquáticas]. E comecei a investir e mandando o
pessoal para o exterior. Nunca
faltou dinheiro para isso."
Além de arcar com os custos
de hospedagens dos principais
atletas, a Fina oferece premiação em esquema semelhante ao
da Copa do Mundo de natação
em piscina curta (25 m).
Os valores de cada etapa variam de US$ 400 (oitavo) a US$
2.500 (campeão). No final, o
nadador com mais pontos leva
mais US$ 15 mil. Por seu desempenho, a brasileira garantiu US$ 41,5 mil. Mas esses valores não são atraentes para todos os nadadores de ponta, que
não colocam a Copa do Mundo
como prioridade e disputam
somente algumas etapas.
O título de Poliana foi garantido ontem, na prova dos Emirados Árabes. Com a melhor
campanha, a brasileira precisava apenas participar da etapa
para assegurar o troféu.
Ela, no entanto, venceu a disputa, com a russa Larisa Ilchenko, ouro em Pequim-
-08, que ficou em segundo, e a
alemã Ângela Maurer, campeã
mundial neste ano na prova de
25 quilômetros e vencedora do
circuito em 2008, em terceiro.
"Estou vivendo um momento especial. Cresci muito neste
circuito de 2009. Sou outra nadadora, completamente diferente. Hoje sou capaz de nadar
qualquer tipo de prova", disse
Poliana, que foi bronze no
Mundial de Roma nos 5 km.
As únicas provas em que Poliana foi superada foram em
Santos, no Brasil, quando a
compatriota Ana Marcela ficou
com a primeira colocação, e em
Varna, na Bulgária, com um
triunfo da russa Ilchenko.
"Estou esgotada e preciso tirar férias", disse Poliana, que
talvez volte a competir no Torneio Open, em dezembro, em
São Paulo. "Ainda depende do
Pinheiros [seu clube]. Se não
precisar nadar, já vou treinar
para o ano que vem."
A Fina estuda a diminuição
do número de etapas da Copa
-hoje com 12 provas.
"Parece que o circuito vai ter
apenas seis ou sete etapas em
2010. Então vai ser menos cansativo", avaliou a atleta.
Para o superintendente técnico de natação da CBDA, Ricardo de Moura, a atleta agora
precisa descansar e, de cabeça
fria, traçar a estratégia até a
Olimpíada de Londres-12.
"Nem sempre o que é melhor
para um é o melhor para outro", afirmou Moura.
Segundo ele, isso explica a
ausência de maratonistas aquáticas de ponta no circuito.
"Para a Poliana, foi bom porque ela se habituou a nadar em
todas condições possíveis. O
melhor não é estar em visibilidade sempre, mas ganhar visibilidade no momento mais importante, no caso a Olimpíada
de Londres", afirmou Moura.
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