DO ENVIADO A MACEIÓ

Apontado como o principal culpado pelo rebaixamento do Palmeiras, o presidente Mustafá Contursi, 62, não foi a nenhum dos 33 jogos do clube na Série B. Hoje à noite, repetirá a dose e verá a partida só, em sua casa.
Com os olhos na TV e telefone em punho, o cartola liga para assessores, em média, cinco vezes durante os jogos. Quer saber se o time está nervoso, reclama do juiz, às vezes comenta alterações de Picerni. Nada parecido com o Contursi pré-rebaixamento, que, das tribunas do Parque Antarctica, xingava atletas e técnicos.
Hábil nos bastidores, articulou o quanto pôde na Série B. Vetou árbitros, impôs a fórmula de disputa, mas perdeu a batalha para tirar o jogo de Garanhuns.
Prestes a ver o time novamente na elite, o dirigente não quer ouvir falar em festa. "Dá azar." (FM)
 

Folha - Em 2002, o senhor foi ver o jogo do descenso contra o Vitória. Por que ficou em São Paulo agora?
Mustafá Contursi - Não tenho acompanhado a equipe. Qualquer problema, eles sabem onde me encontrar.

Folha - Mesmo em jogos no Parque Antarctica, o senhor esteve ausente. Por quê?
Contursi - É para evitar constrangimento para os meus colegas [por causa da hostilidade da torcida].

Folha - De onde vê os jogos?
Contursi - Sozinho, na minha casa.

Folha - E sua família?
Contursi - Eu os expulso [risos]. Eles ficam muito nervosos, me perturbam. Gosto de silêncio, de tranquilidade.

Folha - A classificação sairá em Garanhuns?
Contursi -Estou esperançoso. É o que falta para o alívio.

Folha - Seu lema de campanha era "fiz cair, farei subir". Com o acesso perto, cumprirá a promessa de sair em 2004?
Contursi - Vou preparar a sucessão. A renovação é importante. Fui eleito, mas não quer dizer que tenha que ficar até o fim.

Folha - A festa está pronta?
Contursi - Nem diga isso que dá azar. Esse ponto é o mundo para a gente.


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