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Vermelho e preto pintam Brasileiro de festa e de dor
"Furacão" segue rumo ao título e faz o maior artilheiro; Fla empata na zona do descenso
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O vermelho e o negro dão o tom
do Brasileiro. Na ponta, um Atlético-PR quente, básico. Na zona
de rebaixamento, um Flamengo
que lembra vergonha, trevas.
Um tem o flamante recordista
de gols da história do Brasileiro:
Washington marcou dois ontem
e já balançou a rede 32 vezes no
torneio. O outro tem o ex-recordista: Dimba, que havia marcado
31 gols pelo Goiás na edição anterior, passou em branco mais uma
vez e acabou substituído ontem.
Atlético-PR e Washington começaram o Brasileiro sem favoritismo, mas ontem ficaram mais
perto da glória. O time fez 3 a 2 na
Ponte Preta em Campinas e chegou a 81 pontos, mantendo a liderança isolada da competição.
E o atacante, que enfrentava no
início da disputa a desconfiança
dos que não acreditavam em sua
recuperação após sérios problemas cardíacos, já garantiu de vez
seu nome na história do futebol.
Flamengo e Dimba entraram
com pompa no Nacional, mas ontem aumentaram suas frustrações. O time, que vinha "levantando poeira" quando venceu o
Estadual do Rio e foi à final da Copa do Brasil, ficou no 0 a 0 com o
Botafogo e segue na zona do descenso a apenas quatro rodadas
para o final do campeonato.
Dimba chegou para completar
o que seria um baile do vermelho
e preto. Estrela, além de ganhar
R$ 125 mil mensais, teve o privilégio de receber adiantado, quando
seus companheiros se acostumaram a ficar meses sem receber.
Ontem, completou sete jogos sem
marcar -disputou 18 partidas no
torneio, e o Flamengo só venceu
sete vezes com ele em campo.
O Santos parece mesmo ser o
único capaz de impedir o bicampeonato do Atlético-PR, pois derrotou ontem o Coritiba por 1 a 0 e
permanece dois pontos atrás do
time de Curitiba. O Flamengo,
por sua vez, luta contra vários.
Criciúma, Paraná e Vitória venceram na rodada e respiram. Até o
Guarani, que parecia condenado,
ganhou no final de semana e agora ameaça o time carioca -tem
43 pontos, três atrás do Flamengo.
Quando Júnior, um dos maiores ídolos da Gávea, parou, o Flamengo era o maior campeão nacional, com quatro títulos, e o
Atlético-PR apenas sonhava com
o dia em que ergueria uma taça
nacional. Neste ano, o preto e vermelho curitibano já caminha para
ter a metade dos títulos brasileiros
do mais famoso rubro-negro.
O próximo adversário do Atlético-PR é o Grêmio, fundador do
Clube dos 13 que já chora o rebaixamento. O próximo do Flamengo é o Palmeiras, que luta pela Libertadores, no Parque Antarctica.
A briga pela mais nobre competição do continente, aliás, ficou
mais próxima de um time que leva listras rubro-negras no peito. O
São Paulo goleou ontem o Juventude por 4 a 0 no Morumbi e chegou a 75 pontos -tem poucas
chances de ganhar o título, mas
assumiu a terceira posição, que
rende vaga direta na Libertadores.
O São Caetano perdeu por 1 a 0
em Porto Alegre para o colorado
gaúcho, único representante do
país vivo na Copa Sul-Americana.
Essa segunda competição continental virou objetivo maior do
Corinthians, que passou pelo
Cruzeiro por 1 a 0 fora de casa e,
com 65 pontos, está praticamente
classificado -surge em oitavo lugar, sete pontos na frente do nono
colocado, que também vai disputar a Sul-Americana em 2005.
O segundo Brasileiro de pontos
corridos promete disputa até a última rodada em praticamente toda a tabela. O único posto que parece definido é o último -com 38
pontos, o Grêmio tem cinco a menos que o renovado Guarani.
A briga para definir os quatro
que fecharão o ano de fato no vermelho (rebaixados) é a mais acirrada e envolve quase os Estados
na elite, exceção feita a Goiás. São
dez times na disputa contra o descenso e só três desses nunca jogaram a segunda divisão -Atlético-MG, Vasco e Flamengo.
Se no topo o "Furacão" vê seu
avião escarlate no ""piloto automático", como diz seu treinador,
Levir Culpi, a nave do Flamengo
parece rumar a um buraco negro.
A coisa está preta. E vermelha!
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