São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

A hora do adeus

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

A quatro rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, vão ficando mais estreitos os vários gargalos: o que conduz ao título, o que classifica para a Libertadores da América, o que habilita à Copa Sul-Americana e o que permite escapar do rebaixamento para a Série B.
Várias equipes começam a dar adeus aos sonhos e pretensões que acalentaram ao longo do ano. O Grêmio, por exemplo, se despede de forma melancólica da Série A, depois de ter sido um dos mais vitoriosos clubes brasileiros dos últimos dez anos.
O Guarani, com a surpreendente vitória sobre o Palmeiras no Parque Antarctica, ganhou uma sobrevida. Sua próxima partida, contra o Botafogo no Rio, selará o seu destino. Se perder, bye bye Série A.
Na ponta de cima da tabela, o Palmeiras praticamente se despediu do título naquele mesmo jogo. O São Caetano, com a derrota para o Inter no Beira-Rio (que golaço do Danilo!), também começa a abanar o lencinho.
A esta altura, pode-se dizer que o São Paulo também tem chances remotas de ser campeão. Tirar uma desvantagem de seis pontos para o líder em apenas quatro jogos é muito difícil, apesar da força que o tricolor mostrou ontem ao golear o Juventude.
Com isso, teríamos na prática dois clubes lutando pelo título: Atlético-PR e Santos.
O gargalo da Libertadores é igualmente apertado: São Caetano, São Paulo e Palmeiras brigam por duas vagas, se considerarmos que o Furacão e o Santos já estão praticamente garantidos.
Em seguida há o funil que leva à Sul-Americana. Internacional, Fluminense, Figueirense e Ponte Preta brigam de foice pelas últimas duas vagas, já que o Goiás e o Corinthians, com as vitórias de ontem, praticamente carimbaram seu passaporte internacional.
Por fim, temos a dança dos desesperados nas últimas colocações, ou melhor, nas "penúltimas", porque a última é do Grêmio e ninguém tasca.
Guarani, Atlético-MG, Flamengo, Botafogo, Paysandu, Paraná e Vitória fazem o vestibular mais difícil, aquele que os manteria na elite. Três deles vão se juntar ao Grêmio na Segundona. Não há dúvida que esses são os clubes que farão os jogos mais empolgantes e dramáticos deste fim de ano.
 
Por falar em despedidas, ontem o Maracanã assistiu ao último clássico carioca de 2004, entre os ameaçados Flamengo e Botafogo. O jogo terminou sem gols, mas não foi por falta de oportunidades. Os dois times tiveram várias, só que esbarraram na incompetência de seus atacantes e na competência dos dois goleiros.
A qualidade do futebol apresentado não foi das melhores. Mesmo assim, foi uma das partidas mais movimentadas e empolgantes dos últimos tempos, certamente por causa de duas coisas: a necessidade de vencer das duas equipes e a marcação frouxa realizada por ambas. O resultado mais "justo" seria 3 a 3 ou 4 a 4.

Nova ordem?
Com a virtual queda do Grêmio para a Série B e a possível ascensão do Avaí (atual líder da Segundona) para a Série A, seria produzida uma situação inédita: o Estado de Santa Catarina teria pela primeira vez três clubes na elite, contra apenas dois gaúchos e dois mineiros (ou um, se o Galo cair).

Ronaldinho goleia
No confronto espanhol dos Ronaldos, o gaúcho ganhou de goleada. Além de ter feito um gol e participado decisivamente dos outros dois de seu time, ele buscou o jogo o tempo todo e mostrou lampejos de sua genialidade. Já o outro mostrou-se apático e sem brilho como seus colegas de Real Madrid. Parece até que os "galácticos" (com a possível exceção de Owen) não vêem a hora de se aposentar.

E-mail jgcouto@uol.com.br


Texto Anterior: Atletismo: Revés em Atenas faz CBAt reduzir aclimatação
Próximo Texto: Tênis: Federer, número 1 do mundo, atinge marca histórica
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.