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FUTEBOL
A hora do adeus
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
A quatro rodadas do fim do
Campeonato Brasileiro, vão
ficando mais estreitos os vários
gargalos: o que conduz ao título, o
que classifica para a Libertadores
da América, o que habilita à Copa Sul-Americana e o que permite escapar do rebaixamento para
a Série B.
Várias equipes começam a dar
adeus aos sonhos e pretensões que
acalentaram ao longo do ano. O
Grêmio, por exemplo, se despede
de forma melancólica da Série A,
depois de ter sido um dos mais vitoriosos clubes brasileiros dos últimos dez anos.
O Guarani, com a surpreendente vitória sobre o Palmeiras no
Parque Antarctica, ganhou uma
sobrevida. Sua próxima partida,
contra o Botafogo no Rio, selará o
seu destino. Se perder, bye bye Série A.
Na ponta de cima da tabela, o
Palmeiras praticamente se despediu do título naquele mesmo jogo.
O São Caetano, com a derrota para o Inter no Beira-Rio (que golaço do Danilo!), também começa a
abanar o lencinho.
A esta altura, pode-se dizer que
o São Paulo também tem chances
remotas de ser campeão. Tirar
uma desvantagem de seis pontos
para o líder em apenas quatro jogos é muito difícil, apesar da força
que o tricolor mostrou ontem ao
golear o Juventude.
Com isso, teríamos na prática
dois clubes lutando pelo título:
Atlético-PR e Santos.
O gargalo da Libertadores é
igualmente apertado: São Caetano, São Paulo e Palmeiras brigam
por duas vagas, se considerarmos
que o Furacão e o Santos já estão
praticamente garantidos.
Em seguida há o funil que leva à
Sul-Americana. Internacional,
Fluminense, Figueirense e Ponte
Preta brigam de foice pelas últimas duas vagas, já que o Goiás e o
Corinthians, com as vitórias de
ontem, praticamente carimbaram seu passaporte internacional.
Por fim, temos a dança dos desesperados nas últimas colocações, ou melhor, nas "penúltimas", porque a última é do Grêmio e ninguém tasca.
Guarani, Atlético-MG, Flamengo, Botafogo, Paysandu, Paraná e
Vitória fazem o vestibular mais
difícil, aquele que os manteria na
elite. Três deles vão se juntar ao
Grêmio na Segundona. Não há
dúvida que esses são os clubes que
farão os jogos mais empolgantes e
dramáticos deste fim de ano.
Por falar em despedidas, ontem
o Maracanã assistiu ao último
clássico carioca de 2004, entre os
ameaçados Flamengo e Botafogo.
O jogo terminou sem gols, mas
não foi por falta de oportunidades. Os dois times tiveram várias,
só que esbarraram na incompetência de seus atacantes e na
competência dos dois goleiros.
A qualidade do futebol apresentado não foi das melhores. Mesmo assim, foi uma das partidas
mais movimentadas e empolgantes dos últimos tempos, certamente por causa de duas coisas: a necessidade de vencer das duas
equipes e a marcação frouxa realizada por ambas. O resultado
mais "justo" seria 3 a 3 ou 4 a 4.
Nova ordem?
Com a virtual queda do Grêmio
para a Série B e a possível ascensão do Avaí (atual líder da Segundona) para a Série A, seria
produzida uma situação inédita: o Estado de Santa Catarina
teria pela primeira vez três clubes na elite, contra apenas dois
gaúchos e dois mineiros (ou
um, se o Galo cair).
Ronaldinho goleia
No confronto espanhol dos Ronaldos, o gaúcho ganhou de goleada. Além de ter feito um gol e
participado decisivamente dos
outros dois de seu time, ele buscou o jogo o tempo todo e mostrou lampejos de sua genialidade. Já o outro mostrou-se apático e sem brilho como seus colegas de Real Madrid. Parece até
que os "galácticos" (com a possível exceção de Owen) não
vêem a hora de se aposentar.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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