|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Suíço tem aproveitamento de jogos superior a 90% na temporada, o melhor desde a criação da ATP, em 1990
Federer, número 1 do mundo, atinge marca histórica
DA REPORTAGEM LOCAL
Garantido como o melhor do
mundo nesta temporada, Roger
Federer encerrou ontem sua participação em 2004 detendo outra
marca expressiva. Ele é o primeiro
tenista a terminar o ano com
aproveitamento superior a 90%
desde a criação da ATP, em 1990.
Federer disputaria, após o fechamento desta edição, a final do
Masters, em Houston (EUA),
contra o australiano Lleyton Hewitt. A competição reúne os oito
melhores tenistas da temporada.
Até a decisão, o suíço era o único tenista invicto no torneio.
Em sua campanha até a final,
Federer perdeu apenas um set, no
confronto com o espanhol Carlos
Moyá. Bateu também o argentino
Gaston Gaudio e o próprio Hewitt, na primeira fase, e Marat Safin, na semifinal de anteontem.
O duelo com o russo, campeão
dos Masters Series de Madri e Paris, também teve um momento
épico. Federer ganhou o primeiro
set por 6/3 e garantiu a vitória no
segundo, com um 7/6. Detalhe, o
placar do desempate foi de 20/18,
igualando o recorde de pontos em
um tie-break desde que o atual
sistema foi adotado, em 1970.
Em 1973, no Torneio de Wimbledon, o sueco Bjorn Borg bateu
o indiano Premjit Lall com esse
placar. Vinte anos depois, esses
números foram repetidos pelo
croata Goran Ivanisevic, que derrotou o canadense Daniel Nestor
na abertura do Aberto dos EUA.
A vitória espetacular contra Safin não foi apenas um momento
de brilho de Federer em 2004. Ao
longo do ano ele teve desempenho semelhante. Na temporada, o
tenista venceu 73 partidas e saiu
derrotado apenas seis vezes
(92,4% de aproveitamento).
Seu último revés aconteceu nos
Jogos de Atenas, quando foi eliminado logo na segunda rodada
pelo tcheco Tomas Berdych.
Apesar de todo o sucesso em
2004, Federer diz que não cultiva
falsas ilusões. "Fiz boas partidas
neste ano, mas tudo é questão de
momento. Daqui a poucos dias
teremos um novo ano. Todo dia é
um recomeço. É preciso ter consciência de que tudo sempre voltará ao 0 a 0", aponta o tenista.
Não bastasse o bom momento,
Federer também conquistou, nesta temporada, três das quatro
competições de Grand Slam.
O suíço ergueu os troféus do
Aberto da Austrália, em janeiro,
do Torneio de Wimbledon, seis
meses depois, e do Aberto dos
EUA, em setembro.
O último a atingir tal feito foi
Mats Wilander, em 1988. Naquele
ano, o sueco ergueu a taça do
Aberto da Austrália, do Torneio
de Roland Garros e do Aberto dos
EUA. Seu fracasso aconteceu na
grama. Em Wimbledon, Wilander caiu nas quartas-de-final.
Federer, por sua vez, teve seu infortúnio no saibro. No Aberto da
França, em maio, o suíço acabou
eliminado por Gustavo Kuerten
logo na terceira rodada. O brasileiro definiu aquele como seu melhor momento na temporada.
"Foi a minha melhor campanha
e o meu melhor momento neste
ano. Mas acabou sendo mais valorizada por causa do Federer. O
desempenho dele nesta temporada aumentou os meus méritos",
destacou Guga, que se recupera
de nova cirurgia no quadril.
Federer, que estreou profissionalmente no Torneio de Gstaad
(Suíça), em 1998, acumula dez títulos neste ano, quase metade do
que já conquistou na carreira (21).
Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: A hora do adeus Próximo Texto: Panorâmica: A revanche Índice
|