São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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TÊNIS

Suíço tem aproveitamento de jogos superior a 90% na temporada, o melhor desde a criação da ATP, em 1990

Federer, número 1 do mundo, atinge marca histórica

DA REPORTAGEM LOCAL

Garantido como o melhor do mundo nesta temporada, Roger Federer encerrou ontem sua participação em 2004 detendo outra marca expressiva. Ele é o primeiro tenista a terminar o ano com aproveitamento superior a 90% desde a criação da ATP, em 1990.
Federer disputaria, após o fechamento desta edição, a final do Masters, em Houston (EUA), contra o australiano Lleyton Hewitt. A competição reúne os oito melhores tenistas da temporada.
Até a decisão, o suíço era o único tenista invicto no torneio.
Em sua campanha até a final, Federer perdeu apenas um set, no confronto com o espanhol Carlos Moyá. Bateu também o argentino Gaston Gaudio e o próprio Hewitt, na primeira fase, e Marat Safin, na semifinal de anteontem.
O duelo com o russo, campeão dos Masters Series de Madri e Paris, também teve um momento épico. Federer ganhou o primeiro set por 6/3 e garantiu a vitória no segundo, com um 7/6. Detalhe, o placar do desempate foi de 20/18, igualando o recorde de pontos em um tie-break desde que o atual sistema foi adotado, em 1970.
Em 1973, no Torneio de Wimbledon, o sueco Bjorn Borg bateu o indiano Premjit Lall com esse placar. Vinte anos depois, esses números foram repetidos pelo croata Goran Ivanisevic, que derrotou o canadense Daniel Nestor na abertura do Aberto dos EUA.
A vitória espetacular contra Safin não foi apenas um momento de brilho de Federer em 2004. Ao longo do ano ele teve desempenho semelhante. Na temporada, o tenista venceu 73 partidas e saiu derrotado apenas seis vezes (92,4% de aproveitamento).
Seu último revés aconteceu nos Jogos de Atenas, quando foi eliminado logo na segunda rodada pelo tcheco Tomas Berdych.
Apesar de todo o sucesso em 2004, Federer diz que não cultiva falsas ilusões. "Fiz boas partidas neste ano, mas tudo é questão de momento. Daqui a poucos dias teremos um novo ano. Todo dia é um recomeço. É preciso ter consciência de que tudo sempre voltará ao 0 a 0", aponta o tenista.
Não bastasse o bom momento, Federer também conquistou, nesta temporada, três das quatro competições de Grand Slam.
O suíço ergueu os troféus do Aberto da Austrália, em janeiro, do Torneio de Wimbledon, seis meses depois, e do Aberto dos EUA, em setembro.
O último a atingir tal feito foi Mats Wilander, em 1988. Naquele ano, o sueco ergueu a taça do Aberto da Austrália, do Torneio de Roland Garros e do Aberto dos EUA. Seu fracasso aconteceu na grama. Em Wimbledon, Wilander caiu nas quartas-de-final.
Federer, por sua vez, teve seu infortúnio no saibro. No Aberto da França, em maio, o suíço acabou eliminado por Gustavo Kuerten logo na terceira rodada. O brasileiro definiu aquele como seu melhor momento na temporada.
"Foi a minha melhor campanha e o meu melhor momento neste ano. Mas acabou sendo mais valorizada por causa do Federer. O desempenho dele nesta temporada aumentou os meus méritos", destacou Guga, que se recupera de nova cirurgia no quadril.
Federer, que estreou profissionalmente no Torneio de Gstaad (Suíça), em 1998, acumula dez títulos neste ano, quase metade do que já conquistou na carreira (21).


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