São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 2006

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Corinthians espera por "meio Tevez"

Clube diz que MSI investirá R$ 20 milhões em 2007, o equivalente a metade do valor pago por argentino

Fernando Santos/Folha Imagem
O técnico Leão, que exige reforços da MSI para 2007


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Emerson Leão cobra. O Corinthians espera. O dinheiro, como previsto, será pouco. Para ser mais exato, o equivalente a metade do que a MSI pagou por Tevez no final de 2004.
A quantia: R$ 20 milhões. É o que o presidente do clube, Alberto Dualib, informou a seus aliados que será repassado ao clube pela parceira em 2007.
O valor é insignificante se comparado aos investimentos feitos por Kia Joorabchian no ano passado para montar o time campeão brasileiro -cerca de R$ 150 milhões.
Com o iraniano fora da parceria, ainda não oficialmente, a injeção de capital sofrerá significativa redução. Até a cifra de R$ 20 milhões ainda está em xeque. Na verdade, os cartolas corintianos aguardam a chegada de parte do dinheiro em dezembro. Se ele não for depositado até lá, a estratégia de Dualib é partir para o rompimento do acordo, que termina somente no final de 2014.
Os desentendimentos entre Kia e Dualib praticamente acabaram com o negócio. O ainda presidente da MSI considera o corintiano desonesto e reclama que ele boicotou seu trabalho. O executivo, que acertou acordo para levar jogadores ao Flamengo, promete não fazer mais negócios com Dualib.
O clube agora aguarda um substituto para Kia. Segundo os corintianos, o novo homem da parceira no Parque São Jorge terá funções apenas administrativas, sem tomar decisões no futebol, hoje sob o poder de Dualib. O contrato, porém, diz que é a MSI quem tem direito de gerenciar o departamento.
Dirigentes corintianos afirmam que a MSI está cumprindo os compromissos e que o clube tem entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões em caixa. Dizem que, com R$ 20 milhões para investir no futebol, é possível montar um bom time.
Na avaliação dos cartolas é necessário ter capital de giro para manter a folha de pagamento. Para isso, prevêem receitas de R$ 60 milhões com o futebol em 2007 e gastos em torno de R$ 50 milhões.
Nessa conta, é fundamental a redução dos gastos com salários. A folha do time, que chegou a ser de R$ 6 milhões, será reduzida para no máximo R$ 3,5 milhões no ano que vem.
A indefinição no planejamento financeiro para 2007 tem irritado o técnico Leão, que voltou a fazer críticas à MSI ontem. "O tempo está correndo, e estou começando a encostar nos bastidores. Se eu não tenho os números, como é que posso solicitar atletas?"
Ele disse ter recebido informações de que terá dinheiro da parceira para a próxima temporada. "Eu penso no real, e o real é que eles vão investir um pouco mais. Não tanto quanto foi investido em outros tempos", declarou o treinador.
Sinal dos novos tempos foi a consulta de Leão ao meia Elano, do ucraniano Shaktar Donetski. "Eu gostaria de ter o Elano, ele até aceitaria voltar, mas como pagar 20 milhões? Jogadores da Rússia e da Ucrânia não vêm mais por um rabo de feijoada", lamentou.
Sem a fartura, Leão corre atrás de jogadores baratos, como o veterano meia Lúcio, atualmente no Fortaleza.


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