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CBF põe sob suspeita a denúncia do Santa Cruz
Cartola pernambucano diz
agora não acusar ninguém
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente da Comissão de
Arbitragem da CBF, Sérgio
Corrêa da Silva, colocou sob
suspeita a autenticidade do
dossiê do Santa Cruz, que acusou o membro afastado do órgão, Paulo Jorge Alves, de esquema de extorsão na Série B,
envolvendo cobrança de propina e aliciamento de árbitros.
"Nós temos plena confiança
nele [Paulo Jorge Alves]. Ele
vai ser ouvido, assim como o
presidente do Santa Cruz [Edson Nogueira], que não sei por
que demorou tanto, esperou o
time dele cair, para fazer a denúncia", declarou Corrêa.
Segundo ele, "dá a impressão
de que o trabalho da comissão
não está agradando a alguns
segmentos". "Não há menção
ao nome de nenhum árbitro. É
incrível alguém achar que pode
haver manipulação", disse.
O cartola defendeu que tudo
deve ser apurado. Hoje, o procurador-geral do STJD, Paulo
Schmitt, afirmou que receberá
a documentação e iniciará o
processo para a abertura de inquérito do caso.
O presidente do Santa Cruz
afirmou que não tem nada a temer em relação às denúncias. E
voltou atrás em relação à acusação contra Alves. "Eu não tenho medo de nada, não estou
acusando ninguém, só quero
que esclareçam isso", declarou.
"Será que quem reivindica seriedade deve ser penalizado?"
Citado no dossiê encaminhado por Nogueira à Federação
Pernambucana de Futebol, Alves ameaça processar seus acusadores. Ele disse ser vítima de
"operação para desconstruir
sua imagem" e afirmou que usa
e-mail só para "falar com amigos". Seu computador, conta, é
utilizado "apenas para lazer."
No dossiê, há quatro e-mails
enviados ao presidente do Santa Cruz por uma pessoa que se
identifica como sendo Paulo
Jorge Alves. Nas mensagens,
datadas do final de outubro e
início de novembro, ele oferece
"uma mãozinha" para que o time ganhe pontos no torneio.
Pede R$ 6.000 por partida.
No dia 29 de outubro, o dirigente depositou R$ 2.300 em
uma conta bancária do Bradesco em nome de Francisco Gaspar Neto, "homem forte da comissão [de arbitragem]", segundo afirma um dos e-mails.
O presidente do Santa Cruz diz
que fez o depósito apenas para
confirmar a extorsão.
"Eu fiz a minha parte", afirmou. "Mandei quebrar o meu
sigilo telefônico, tudo o que for
possível para esclarecer", disse.
"Dei e-mails, telefones convencionais e celulares, conta, agência, banco e CPF. Você pode inventar um e-mail, mas a sua
conta bancária tem que ter um
dono", acrescentou ele.
Nogueira, que é delegado da
Polícia Civil em Pernambuco,
não revelou o teor das conversas telefônicas que disse ter
mantido com os supostos interlocutores do esquema.
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