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Ameaçados prometem bicho contra descenso
Em penúltimo, Lusa vai pagar mais de
R$ 1 milhão para tentar seguir na elite
Jogadores negam que verba
extra seja principal estímulo
para conquistar vitórias e,
conseqüentemente, escapar
da ameaça de rebaixamento
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As diretorias dos clubes
ameaçados de rebaixamento
tentam evitar a queda para a
Série B prometendo premiações para seus jogadores caso a
meta de permanecer na primeira divisão seja cumprida.
Náutico (16º colocado), Figueirense (17º), Portuguesa
(penúltimo) e Ipatinga (último) admitem que adotaram o
doping financeiro para estimular seus jogadores.
Somente o Fluminense (15º)
não prometeu premiação. No
caso do Vasco, os próprios jogadores recusaram-se a receber
prêmios para lutar pela permanência na Série A.
Já o Atlético-PR (14º) nega
oficialmente que haja um "bicho extra" para evitar o descenso. Entretanto o clube estaria
oferecendo, para cada vitória
fora de casa, R$ 2.000 na hora e
R$ 3.000 ao fim do campeonato. Para os jogos fora de casa, as
quantias seriam invertidas.
A Portuguesa, que amargou
cinco temporadas na Série B
antes de subir no ano passado, é
um dos clubes que mais "investem" contra o rebaixamento.
No total, a diretoria da Lusa
está disposta a desembolsar
pouco mais de R$ 1 milhão como recompensa para jogadores
e comissão técnica caso permaneçam na primeira divisão.
Após a derrota para o Atlético-PR, na 25ª rodada, os dirigentes prometeram pagar, ao
fim do torneio, R$ 4.000 para
cada vitória e R$ 2.500 por empate fora de casa.
Até agora, cada jogador tem
uma "poupança" de R$ 19.500
que só será resgatada se a meta
for cumprida. Se a Portuguesa
vencer os três últimos confrontos -o primeiro será hoje, às
18h30, contra o Goiás-, esse
valor pode chegar a R$ 31.500.
Jogadores negam que a premiação seja o principal estímulo para lutar contra o rebaixamento. Alguns, que participaram da campanha do acesso em
2007, sabem o quanto a queda
pode ser prejudicial tanto ao
clube quanto à própria carreira.
"A Portuguesa ficou muito
tempo na Série B. A nossa subida foi difícil. E é por isso que estamos chateados com a atual situação. Vai ser complicado se o
clube voltar a cair", disse o zagueiro Erick, que ajudou a Portuguesa a voltar à Série A.
Além de ter de lidar com a
ameaça de rebaixamento, a Lusa sofreu uma baixa ontem. A
diretoria rescindiu o contrato
do volante paraguaio Gavillán,
que recebia o maior salário do
elenco. Ele vinha se queixando
de dores na coxa direita.
"Rescindimos porque ele é
um vagabundo", vociferou o vice-presidente de futebol Luís
Iauca. "Passou por uma série de
exames e não foi constatada nenhuma lesão que justificasse
sua ausência nos treinos."
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