São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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Ameaçados prometem bicho contra descenso

Em penúltimo, Lusa vai pagar mais de R$ 1 milhão para tentar seguir na elite

Jogadores negam que verba extra seja principal estímulo para conquistar vitórias e, conseqüentemente, escapar da ameaça de rebaixamento


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As diretorias dos clubes ameaçados de rebaixamento tentam evitar a queda para a Série B prometendo premiações para seus jogadores caso a meta de permanecer na primeira divisão seja cumprida.
Náutico (16º colocado), Figueirense (17º), Portuguesa (penúltimo) e Ipatinga (último) admitem que adotaram o doping financeiro para estimular seus jogadores.
Somente o Fluminense (15º) não prometeu premiação. No caso do Vasco, os próprios jogadores recusaram-se a receber prêmios para lutar pela permanência na Série A.
Já o Atlético-PR (14º) nega oficialmente que haja um "bicho extra" para evitar o descenso. Entretanto o clube estaria oferecendo, para cada vitória fora de casa, R$ 2.000 na hora e R$ 3.000 ao fim do campeonato. Para os jogos fora de casa, as quantias seriam invertidas.
A Portuguesa, que amargou cinco temporadas na Série B antes de subir no ano passado, é um dos clubes que mais "investem" contra o rebaixamento.
No total, a diretoria da Lusa está disposta a desembolsar pouco mais de R$ 1 milhão como recompensa para jogadores e comissão técnica caso permaneçam na primeira divisão.
Após a derrota para o Atlético-PR, na 25ª rodada, os dirigentes prometeram pagar, ao fim do torneio, R$ 4.000 para cada vitória e R$ 2.500 por empate fora de casa.
Até agora, cada jogador tem uma "poupança" de R$ 19.500 que só será resgatada se a meta for cumprida. Se a Portuguesa vencer os três últimos confrontos -o primeiro será hoje, às 18h30, contra o Goiás-, esse valor pode chegar a R$ 31.500.
Jogadores negam que a premiação seja o principal estímulo para lutar contra o rebaixamento. Alguns, que participaram da campanha do acesso em 2007, sabem o quanto a queda pode ser prejudicial tanto ao clube quanto à própria carreira.
"A Portuguesa ficou muito tempo na Série B. A nossa subida foi difícil. E é por isso que estamos chateados com a atual situação. Vai ser complicado se o clube voltar a cair", disse o zagueiro Erick, que ajudou a Portuguesa a voltar à Série A.
Além de ter de lidar com a ameaça de rebaixamento, a Lusa sofreu uma baixa ontem. A diretoria rescindiu o contrato do volante paraguaio Gavillán, que recebia o maior salário do elenco. Ele vinha se queixando de dores na coxa direita.
"Rescindimos porque ele é um vagabundo", vociferou o vice-presidente de futebol Luís Iauca. "Passou por uma série de exames e não foi constatada nenhuma lesão que justificasse sua ausência nos treinos."


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