São Paulo, domingo, 22 de novembro de 2009

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Patrocinadores invadem torcida do Flamengo

Arrancada no campeonato acirra "marketing de guerrilha" nas arquibancadas

Duas das três empresas que atuam como parceiras do clube intensificam ações perante os torcedores do vice-líder do campeonato

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Os patrocinadores do Flamengo não se limitaram a estampar a camisa rubro-negra. Para o jogo de hoje contra o Goiás, às 19h30, no Maracanã, parte da festa histórica que organizadas prometem será bancada pela empresa fornecedora de material esportivo do clube.
Diversas organizadas prometem formar um mosaico de papel vermelho e preto em todo o anel da arquibancada e das cadeiras. Geralmente isso é feito em apenas um dos seis setores superiores do estádio, custeado pela própria torcida.
A Olympikus, desde julho parceira do clube, comprou os 92 mil cartazes vermelhos e pretos. O custo: R$ 22 mil.
De acordo com Marcelo Gonçalves, presidente da Urubuzada, a empresa chegou a tentar inscrever no mosaico a marca ou o nome da Olympikus -o que poderia ser visto em imagens distante da arquibancada. A torcida vetou. Ela ficará impressa em todos os papéis, à vista dos mais de 80 mil torcedores que estarão no estádio.
"Geralmente a gente banca 10 mil placas todos os jogos. Mas, para empurrar o time nessa reta final, tínhamos que buscar parceiro forte", disse Gonçalves. Ele diz que a torcida não arrecadará nada com a ação.
Não foi a primeira vez que a torcida foi "patrocinada". Na partida contra o Fluminense, os 10 mil papéis foram pagos por uma empresa telefônica -sem relação com o clube.
Segundo Gonçalves, as organizadas vão gastar cerca de R$ 5.000 com o resto da festa -bexigas, gás e manutenção da bateria. Voluntários vão trabalhar desde as 6h na organização.
A torcida autorizou a Olympikus a gravar imagens em vídeos de marketing. Procurada, a empresa não comentou o patrocínio à organizada.
Olympikus, Ale e Bozzano, as atuais patrocinadoras do clube, chegaram no meio deste ano, quando o time fazia campanha mediana. Ocuparam o espaço da Petrobras, que ficou 25 anos com o clube, e da Nike, oito.
As duas primeiras adotaram o que se chama no mercado publicitário de "marketing de guerrilha", aproveitando a arrancada na competição.
"A nossa empresa é nova, e queríamos potencializar ao máximo a marca na maior torcida do Brasil. A exposição na camisa é importante, mas a interação com o torcedor também", diz Carlos Eduardo Cota, diretor de marketing da Ale.
A distribuidora de combustível doou para uma organizada (Raça Rubro-Negra) um bandeirão com a marca da Ale, bem como da Olympikus. Além disso, disponibilizou no seu site uma foto panorâmica de estádios onde o Flamengo joga para que o torcedor possa tentar se localizar na arquibancada.


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