São Paulo, domingo, 22 de novembro de 2009

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Caos em 2009 já ameaça Palmeiras versão 2010

Risco de não se classificar para a Libertadores congela departamento de futebol

Clube prefere esperar até o término do Brasileiro para, com vaga assegurada, ter mais argumentos na hora de ir para o mercado contratar

MARTÍN FERNANDEZ
RENAN CACIOLI

DA REPORTAGEM LOCAL O colapso do Palmeiras em 2009 já começa a prejudicar o planejamento para 2010.
O risco de ficar fora da Libertadores do ano que vem paralisou as ações do departamento de futebol. Todas as negociações para reforçar o time estão suspensas até segunda ordem.
Mesmo as prioridades -como repatriar o meia Valdivia e montar uma operação para trazer o atacante Kléber de volta ao Parque Antarctica- estão temporariamente congeladas.
Segundo um empresário que participa das transações do clube, sem a vaga na Libertadores fica "impossível" convencer um jogador a assinar com o time do Parque Antarctica.
Além de não ter argumentos técnicos -é mais difícil contratar gente "apenas" para disputar a Copa do Brasil-, há também a parte financeira.
As cotas de TV da Libertadores são maiores e a torcida vai mais aos jogos dessa competição, o que reforça as rendas.
O diretor financeiro do Palmeiras, Fábio Raiola, admite que o clube deixará de ganhar "muito dinheiro" caso não fique entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro.
"Mas essa possibilidade nem passa pela minha cabeça", diz. "Ainda não estou fazendo essas contas. Vamos esperar acabar o campeonato", afirma o diretor.
A confiança em não ficar de fora da competição teve peso até na confecção de alguns contratos com o elenco atual.
Os vínculos com o lateral-direito chileno Figueroa e o centroavante Vagner Love, ambos por empréstimo até julho, contam com cláusulas que preveem extensão automática até o término da Libertadores.
A vaga quase certa no principal torneio de clubes do continente virou dúvida depois de o time ter despencado da liderança do Nacional, posição que ocupou por 17 rodadas.
A duas jornadas do final de sua participação no torneio, o Palmeiras corre o risco não só de ficar muito longe de lutar pelo título -dependendo do que acontecer hoje- como também de não carimbar sua vaga no interclubes.
"Estamos preocupados em concluir o Brasileiro da melhor forma possível. Tem de aguardar tudo o que possa acontecer para ter qualquer ação mais concreta", afirma o diretor de futebol Genaro Marino.
Certo, por enquanto, é que haverá uma reformulação no grupo atual de jogadores em virtude de todos os problemas que tomaram conta da equipe na reta decisiva da competição.
Os meias Deyvid Sacconi e Marquinhos e o volante Sandro Silva são algumas das peças que poderão deixar o clube quando a temporada em curso acabar.
Até mesmo o técnico Muricy Ramalho corre risco de sair um ano antes da conclusão de seu contrato. Aliados do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo tentam convencê-lo de que a contratação do treinador foi um erro.


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