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FUTEBOL
Clube deveria repassar 20% de US$ 5 milhões à parceira pela negociação
Venda de Jô é novo round na briga Corinthians x MSI
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
A venda do atacante Jô é o mais
novo round da briga entre Corinthians e MSI. O clube do Parque
São Jorge, que negociou o jogador
com o CSKA, da Rússia, por US$ 5
milhões (cerca de R$ 12 milhões),
recusa-se a transferir 20% desse
valor para a parceira, como determina o contrato entre os dois.
Pelo acordo, os corintianos têm
de repassar esse percentual para o
fundo dirigido pelo iraniano Kia
Joorabchian em caso de negociação dos atletas formados no clube, como o prata da casa Jô.
A Folha apurou que o clube justifica a sua atitude com a cláusula
do contrato que prevê o "desconto de custos e despesas decorrentes dos direitos" dos contratos.
Os corintianos entendem que
são gastos com a formação do
atleta, mas isso não está explícito
no documento. Descartam a hipótese de serem em relação aos
encargos referentes à venda.
Assim, na avaliação dos corintianos, os 20% da venda de Jô, 18,
só devem ser pagos quando o clube recuperar o que gastou para
formar o atacante, que começou
no time aos dez anos.
A diretoria, entretanto, ainda
não fez um cálculo de quanto investiu no jogador. Aliados do presidente Alberto Dualib, no entanto, disseram que esse valor irá superar os US$ 5 milhões.
Os corintianos já receberam
US$ 3 milhões pela negociação. O
restante será pago em janeiro.
No caso de jogadores comprados pela MSI, o contrato prevê as
mesmas regras para os descontos
nos valores do Corinthians.
Segundo a reportagem apurou,
a MSI não foi consultada sobre a
venda de Jô para o CSKA e não
queria a saída do atleta. Oficialmente, a empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.
A nova desavença soma-se a outros atritos na parceria. Na semana passada, o clube ameaçou reter
a última cota de televisão do Brasileiro, que deveria ser paga ontem, no valor de R$ 1,7 milhão.
O contrato de parceria prevê
que a MSI tem direito a todas as
receitas geradas pelo departamento de futebol.
Os corintianos reclamam que a
MSI não está cumprindo o contrato, que determina o pagamento de dívidas do clube no valor de
até US$ 60 milhões sem a cotação
do dólar definida.
O Corinthians diz que acordou
com a empresa o pagamento com
a moeda norte-americana a R$ 3 e
lhe cobra R$ 25 milhões. A MSI
afirma que está em dia com as
contas e fala que já deu mais de
US$ 18 milhões ao clube.
Anteontem, jogadores reclamaram para a diretoria que a MSI
não pagou a segunda parte do 13º
salário. Cobraram também a premiação pela conquista do Brasileiro deste ano. Alguns deles afirmam ainda haver direitos de imagem atrasados. Até ontem, nem o
Corinthians nem a empresa confirmaram o pagamento.
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