São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Clube deveria repassar 20% de US$ 5 milhões à parceira pela negociação

Venda de Jô é novo round na briga Corinthians x MSI

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

A venda do atacante Jô é o mais novo round da briga entre Corinthians e MSI. O clube do Parque São Jorge, que negociou o jogador com o CSKA, da Rússia, por US$ 5 milhões (cerca de R$ 12 milhões), recusa-se a transferir 20% desse valor para a parceira, como determina o contrato entre os dois.
Pelo acordo, os corintianos têm de repassar esse percentual para o fundo dirigido pelo iraniano Kia Joorabchian em caso de negociação dos atletas formados no clube, como o prata da casa Jô.
A Folha apurou que o clube justifica a sua atitude com a cláusula do contrato que prevê o "desconto de custos e despesas decorrentes dos direitos" dos contratos.
Os corintianos entendem que são gastos com a formação do atleta, mas isso não está explícito no documento. Descartam a hipótese de serem em relação aos encargos referentes à venda.
Assim, na avaliação dos corintianos, os 20% da venda de Jô, 18, só devem ser pagos quando o clube recuperar o que gastou para formar o atacante, que começou no time aos dez anos.
A diretoria, entretanto, ainda não fez um cálculo de quanto investiu no jogador. Aliados do presidente Alberto Dualib, no entanto, disseram que esse valor irá superar os US$ 5 milhões.
Os corintianos já receberam US$ 3 milhões pela negociação. O restante será pago em janeiro.
No caso de jogadores comprados pela MSI, o contrato prevê as mesmas regras para os descontos nos valores do Corinthians.
Segundo a reportagem apurou, a MSI não foi consultada sobre a venda de Jô para o CSKA e não queria a saída do atleta. Oficialmente, a empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.
A nova desavença soma-se a outros atritos na parceria. Na semana passada, o clube ameaçou reter a última cota de televisão do Brasileiro, que deveria ser paga ontem, no valor de R$ 1,7 milhão.
O contrato de parceria prevê que a MSI tem direito a todas as receitas geradas pelo departamento de futebol.
Os corintianos reclamam que a MSI não está cumprindo o contrato, que determina o pagamento de dívidas do clube no valor de até US$ 60 milhões sem a cotação do dólar definida.
O Corinthians diz que acordou com a empresa o pagamento com a moeda norte-americana a R$ 3 e lhe cobra R$ 25 milhões. A MSI afirma que está em dia com as contas e fala que já deu mais de US$ 18 milhões ao clube.
Anteontem, jogadores reclamaram para a diretoria que a MSI não pagou a segunda parte do 13º salário. Cobraram também a premiação pela conquista do Brasileiro deste ano. Alguns deles afirmam ainda haver direitos de imagem atrasados. Até ontem, nem o Corinthians nem a empresa confirmaram o pagamento.


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