São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 2001

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FUTEBOL

Criticado por Dario Pereyra, atacante chega como "salvador da pátria"

Paulo Nunes expõe 1ª crise entre Corinthians e técnico

Jarbas Oliveira/Folha Imagem Paulo Nunes tenta escapar de uma faixa que caiu no campo em seu primeiro treino no Corinthians MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A apresentação do atacante Paulo Nunes, 29, no Parque São Jorge, ontem, serviu para expor a primeira crise entre o Corinthians e o técnico Dario Pereyra, que não conseguiu acabar com a série histórica de jogos sem vitórias do time mesmo tendo dois meses de preparação antes de sua estréia.
O Corinthians chegou à sua 15ª partida sem vitória anteontem, ao ceder o empate de 3 a 3 para o Rio Branco, em pleno Pacaembu, na estréia da equipe no Campeonato Paulista-2001. Nem a disputa de pênaltis o time conseguiu vencer para obter o ponto extra previsto no regulamento.
Foi o segundo empate em dois jogos sob o comando de Pereyra -o primeiro, em sua estréia no Torneio Rio-SP, contra o Botafogo, também acabou em 3 a 3.
Criticado pelo treinador quando negociava com o Corinthians, Paulo Nunes foi apresentado pela diretoria do clube ontem como o ""salvador da pátria" e admitiu que a sua contratação foi feita sem que Pereyra soubesse.
""Estávamos negociando em sigilo, e o Dario ficou sabendo pela imprensa", disse o atacante.
O técnico nem sequer participou da apresentação do atleta no salão nobre da nova sede social do Corinthians. O presidente do clube, Alberto Dualib, e o vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, comandaram a festa.
Pereyra havia afirmado, quando soube da contratação, que Paulo Nunes estava em uma péssima fase, há seis meses sem jogar, e que não tinha indicado o atleta.
Ontem, após ser hostilizado pela torcida ao entrar em campo, o técnico evitou novas críticas, mas não comemorou a chegada.
No clube, conselheiros já começam a defender a demissão de Pereyra e o retorno de seu ex-técnico Oswaldo de Oliveira.
""O Paulo Nunes veio trazer um novo astral ao Corinthians para que possamos sair dessa situação", afirmou Dualib.
O presidente fez soar a sirene do Parque São Jorge, que havia tocado pela última vez em 1996, para anunciar a chegada de Edmundo.
""É disso que eu gosto. Essa sirene é um incentivo a mais. Vim para sacudir o Corinthians, para motivar os jogadores. Quero ajudar a acabar com essa fase ruim. Sei que não vou convencer o Dario com palavras, mas garanto que dentro de dez dias, no máximo, vou poder provar para ele que tenho condições de jogar", afirmou Paulo Nunes.
""O Dario vive dizendo que, com ele, joga quem estiver melhor. Se eu estiver melhor, ele terá a obrigação de me escalar, independentemente de querer ou não a minha contratação", completou.
No final do ano passado, antes mesmo de estrear, Pereyra havia tido um atrito com a diretoria corintiana envolvendo o então supervisor de futebol Valdir Joaquim de Moraes.
O treinador só aceitou a permanência de Moraes desde que ele fosse desvinculado da comissão técnica. Trouxe Heriberto Longuinho para ser o seu auxiliar.



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