São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

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FUTEBOL

Reativação do estádio após 9 meses é marcada por 8 gols e por operários das obras ocupando lugar dos "geraldinos"

Sem geral, Maracanã vê reabertura de gala

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Uma tarde de gala com oito gols marcou ontem a reabertura do estádio do Maracanã, que ficou nove meses fechado para obras.
Na perseguição ao milésimo gol, Romário tentou roubar a festa, fez três, mas não conseguiu evitar a derrota do Vasco para o Botafogo por 5 a 3. O placar só foi definido nos cinco minutos finais.
Com a extinção da geral, 11 operários que trabalham nas obras do estádio ocuparam o lugar dos "geraldinos", entre retroescavadeiras e materiais de construção: em vez de ganharem folga, eles tiveram que comparecer ao Maracanã para fazer o papel de gandulas.
Cada um ficou em um ponto da geral para catar bolas. Com o rebaixamento do gramado, ficou mais fácil a bola cair no setor.
Mesmo sob sol forte, um dos integrantes do grupo, Roberto de Almeida, 39, não reclamou. "É um prazer estar aqui. A torcida nos anima", declarou.
Se dentro de campo tudo foi festa, fora dele o torcedor pôde perceber que ainda falta muito para o novo Maracanã ficar pronto. As tradicionais cadeiras azuis sumiram. As cabines de rádio e TV foram improvisadas- havia plásticos no lugar das janelas de vidro.
A Polícia Militar teve que isolar os últimos degraus da arquibancada porque os alambrados ainda não estavam firmes e poderiam provocar acidentes.
Mesmo sem ingressos a preços populares, antigos geraldinos fizeram questão de comparecer ao estádio e mantiveram o bom humor. Foi o caso do camelô Cléber Custódio, 53. "Não vai sobrar dinheiro para pagar um chope mas estou aqui. O Maracanã agora virou espaço para gringo", disse.
O aposentado Jaime de Oliveira, 65, outro frequentador da geral, disse ter achado muito caro o ingresso na arquibancada e tentaria entrar de graça. "A geral é melhor porque é mais barata."
As 43 mil pessoas que foram ao estádio torcer não puderam se desligar um só minuto.
O Botafogo abriu o placar logo no início com Zé Roberto mas a partida ganhou em emoção no segundo tempo. Com dois gols, aos 4min e aos 21min, este último de pênalti, Romário virou para o Vasco. Mas, logo em seguida, Lúcio Flávio, também de pênalti, empatou e Reinaldo colocou novamente os botafoguenses na frente: 3 a 2. Romário, porém, estava impossível e empatou mais uma vez a partida aos 28min. A partir daí, então, o Botafogo retomou o domínio e definiu o placar com dois gols nos últimos cinco minutos, com Ruy, aos 41min, com Felipe Adão, filho do ex-atacante Cláudio Adão, aos 46min.


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