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FUTEBOL
Reativação do estádio após 9 meses é marcada por 8 gols e por operários das obras ocupando lugar dos "geraldinos"
Sem geral, Maracanã vê reabertura de gala
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Uma tarde de gala com oito gols
marcou ontem a reabertura do estádio do Maracanã, que ficou nove meses fechado para obras.
Na perseguição ao milésimo
gol, Romário tentou roubar a festa, fez três, mas não conseguiu
evitar a derrota do Vasco para o
Botafogo por 5 a 3. O placar só foi
definido nos cinco minutos finais.
Com a extinção da geral, 11 operários que trabalham nas obras do
estádio ocuparam o lugar dos "geraldinos", entre retroescavadeiras
e materiais de construção: em vez
de ganharem folga, eles tiveram
que comparecer ao Maracanã para fazer o papel de gandulas.
Cada um ficou em um ponto da
geral para catar bolas. Com o rebaixamento do gramado, ficou
mais fácil a bola cair no setor.
Mesmo sob sol forte, um dos integrantes do grupo, Roberto de
Almeida, 39, não reclamou. "É
um prazer estar aqui. A torcida
nos anima", declarou.
Se dentro de campo tudo foi festa, fora dele o torcedor pôde perceber que ainda falta muito para o
novo Maracanã ficar pronto. As
tradicionais cadeiras azuis sumiram. As cabines de rádio e TV foram improvisadas- havia plásticos no lugar das janelas de vidro.
A Polícia Militar teve que isolar
os últimos degraus da arquibancada porque os alambrados ainda
não estavam firmes e poderiam
provocar acidentes.
Mesmo sem ingressos a preços
populares, antigos geraldinos fizeram questão de comparecer ao
estádio e mantiveram o bom humor. Foi o caso do camelô Cléber
Custódio, 53. "Não vai sobrar dinheiro para pagar um chope mas
estou aqui. O Maracanã agora virou espaço para gringo", disse.
O aposentado Jaime de Oliveira,
65, outro frequentador da geral,
disse ter achado muito caro o ingresso na arquibancada e tentaria
entrar de graça. "A geral é melhor
porque é mais barata."
As 43 mil pessoas que foram ao
estádio torcer não puderam se
desligar um só minuto.
O Botafogo abriu o placar logo
no início com Zé Roberto mas a
partida ganhou em emoção no segundo tempo. Com dois gols, aos
4min e aos 21min, este último de
pênalti, Romário virou para o
Vasco. Mas, logo em seguida, Lúcio Flávio, também de pênalti,
empatou e Reinaldo colocou novamente os botafoguenses na
frente: 3 a 2. Romário, porém, estava impossível e empatou mais
uma vez a partida aos 28min. A
partir daí, então, o Botafogo retomou o domínio e definiu o placar
com dois gols nos últimos cinco
minutos, com Ruy, aos 41min,
com Felipe Adão, filho do ex-atacante Cláudio Adão, aos 46min.
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