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Na volta ao Brasil, Zé Maria joga para "ninguém" e já prepara retorno à Europa
RICARDO VIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O meia Zé Maria, 34, sonha
em reeditar hoje, diante do
São Caetano, seus melhores
tempos na Portuguesa.
Longe ainda de seus melhores ritmo de jogo e forma física -o último clube que Zé
Maria defendeu foi o Levante
(ESP), no primeiro semestre
do ano passado-, o veterano
jogador, mesmo se fizer uma
atuação de gala, jogará para
um público irrisório.
Mandando o jogo em Jundiaí (o Canindé segue interditado), às 17h30, a própria diretoria da Lusa espera um público medíocre para o jogo.
Nem a principal torcida do
clube, a Leões da Fabulosa,
que fretou ônibus nas últimas
partidas para acompanhar a
equipe, irá desta vez. O jogo
será para ninguém.
E a volta pouco glamourosa
de Zé Maria ao Brasil parece
ter prazo de validade. O jogador tem planos de voltar à Itália -onde tem casa em Peruggia e Milão- para trabalhar
como treinador ou dirigente.
Segundo o atleta, já surgiram propostas italianas para
atuar em ambas as funções.
"A idéia é jogar por mais
três ou quatro anos e depois
fazer o curso de treinador."
A segurança é um dos fatores que fazem o jogador sonhar com a aposentadoria
dos gramados no velho continente. "Na Itália e na Espanha, você ainda tem a liberdade de passear com seus filhos
nas ruas, nos parques. É uma
coisa que, infelizmente, o
Brasil não proporciona mais",
afirma o jogador, revelado,
atuando na lateral direita, pela própria Portuguesa.
Com passagem por clubes
como Flamengo, Palmeiras,
Inter de Milão e também pela
seleção brasileira, Zé Maria
sonha em ser campeão na Lusa, agremiação em que mais
atuou, mas na qual jamais
conseguiu erguer uma taça.
Sobre a volta ao Brasil, ele
conta que fatores extracampo
pesaram na sua decisão. "Eu
tenho dois filhos, um de seis e
outro de nove anos, que nasceram na Itália e não lêem
nem escrevem em português.
E isso eu não queria que eles
perdessem, essa base do português, da língua escrita."
Sobre a experiência de morar em outro país, o meia é só
elogios: "É uma coisa que eu
recomendo a todos. Acredito
que fora de campo eu também aprendi, cresci muito na
parte cultural. Por isso que eu
recomendo, para abrir um
pouco mais os horizontes".
Quanto ao futebol, Zé Maria acredita que a diferença
entre a Itália e o Brasil esteja
na importância dada ao coletivo e à parte tática. "Eles ficam devendo ainda na parte
técnica. Por isso vão tantos
brasileiros para lá. Eles se
preocupam com a parte tática, porque acreditam que jogadores como Ibrahimovic e
Adriano podem resolver."
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