São Paulo, quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

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Na volta ao Brasil, Zé Maria joga para "ninguém" e já prepara retorno à Europa

RICARDO VIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O meia Zé Maria, 34, sonha em reeditar hoje, diante do São Caetano, seus melhores tempos na Portuguesa.
Longe ainda de seus melhores ritmo de jogo e forma física -o último clube que Zé Maria defendeu foi o Levante (ESP), no primeiro semestre do ano passado-, o veterano jogador, mesmo se fizer uma atuação de gala, jogará para um público irrisório.
Mandando o jogo em Jundiaí (o Canindé segue interditado), às 17h30, a própria diretoria da Lusa espera um público medíocre para o jogo.
Nem a principal torcida do clube, a Leões da Fabulosa, que fretou ônibus nas últimas partidas para acompanhar a equipe, irá desta vez. O jogo será para ninguém.
E a volta pouco glamourosa de Zé Maria ao Brasil parece ter prazo de validade. O jogador tem planos de voltar à Itália -onde tem casa em Peruggia e Milão- para trabalhar como treinador ou dirigente.
Segundo o atleta, já surgiram propostas italianas para atuar em ambas as funções.
"A idéia é jogar por mais três ou quatro anos e depois fazer o curso de treinador."
A segurança é um dos fatores que fazem o jogador sonhar com a aposentadoria dos gramados no velho continente. "Na Itália e na Espanha, você ainda tem a liberdade de passear com seus filhos nas ruas, nos parques. É uma coisa que, infelizmente, o Brasil não proporciona mais", afirma o jogador, revelado, atuando na lateral direita, pela própria Portuguesa.
Com passagem por clubes como Flamengo, Palmeiras, Inter de Milão e também pela seleção brasileira, Zé Maria sonha em ser campeão na Lusa, agremiação em que mais atuou, mas na qual jamais conseguiu erguer uma taça.
Sobre a volta ao Brasil, ele conta que fatores extracampo pesaram na sua decisão. "Eu tenho dois filhos, um de seis e outro de nove anos, que nasceram na Itália e não lêem nem escrevem em português. E isso eu não queria que eles perdessem, essa base do português, da língua escrita."
Sobre a experiência de morar em outro país, o meia é só elogios: "É uma coisa que eu recomendo a todos. Acredito que fora de campo eu também aprendi, cresci muito na parte cultural. Por isso que eu recomendo, para abrir um pouco mais os horizontes".
Quanto ao futebol, Zé Maria acredita que a diferença entre a Itália e o Brasil esteja na importância dada ao coletivo e à parte tática. "Eles ficam devendo ainda na parte técnica. Por isso vão tantos brasileiros para lá. Eles se preocupam com a parte tática, porque acreditam que jogadores como Ibrahimovic e Adriano podem resolver."


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