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No papel, Morumbi-14 vale R$ 135 mi
Valor estimado da reforma está em documento entregue em conjunto com prefeitura da capital e governo paulista à CBF
São-paulinos apresentam Visa, Camargo Corrêa e TV Globo como parceiras, que vão bancar obras do estádio em troca de exploração
Eduardo Viana/Lancepress
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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Oficialmente, o São Paulo estima gastar R$ 135 milhões na
adequação do estádio do Morumbi para a Copa de 2014. O
valor consta no documento enviado pela diretoria do clube,
em conjunto com o Palácio dos
Bandeirantes e a prefeitura da
capital paulista, à CBF.
De acordo com o relatório, ao
qual a Folha teve acesso, todo o
investimento para as obras virá
da iniciativa privada, sendo que
uma parte dele já está garantida por Visa, TV Globo e a Camargo Corrêa.
As parceiras irão bancar as
obras em troca de explorar algo
no estádio são-paulino.
"Dividimos o projeto em
mais fatias e vamos negociando
com outras empresas", declarou Ataide Gil Guerreiro, dirigente do São Paulo.
Ao mesmo tempo em que o
governo do Estado afirma que
seus gastos em infraestrutura
seriam feitos com ou sem a Copa, o São Paulo já realiza algumas obras que teria de executar de qualquer maneira.
A Visa já remodelou uma
parte do estádio e começou a
explorá-la no Estadual.
A Globo está bancando obras
para ampliar o estacionamento
dos caminhões usados em suas
transmissões. O espaço era
apertado para a emissora. E
agora será ampliado de acordo
com o projeto para o estádio
abrigar o Mundial.
Os custos mais altos da reforma dizem respeito à tecnologia
da informação -rede de cabos
de fibra ótica, por exemplo- e
modernização da parte de
energia elétrica do estádio.
A Fifa exige que o local esteja
praticamente imune à possibilidade de um apagão na cidade
de São Paulo, por exemplo.
Com a reforma, a capacidade
do estádio Cícero Pompeu de
Toledo, inaugurado em 1960,
será de 72 mil lugares, sendo
que 63 mil ingressos deverão
ser colocados à venda nas partidas da Copa. O restante será
reservado para convidados da
Fifa, jornalistas e demais funcionários da entidade que comanda o futebol mundial.
Outras mudanças drásticas
dizem respeito aos vestiários,
salas de imprensa e túneis de
acesso ao gramado. O projeto é
do arquiteto Ruy Ohtake.
Apesar de assinarem o documento, Estado e prefeitura não
se comprometem em injetar
recursos caso o clube não consiga parceiros. As garantias oferecidas até agora pelo governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
dizem respeito ao âmbito fiscal
-isenção de impostos para a
importação de materiais- e ao
setor de infraestrutura.
De acordo com o São Paulo,
os R$ 135 milhões são suficientes para cobrir a parte básica do
projeto, que é obrigatória pela
Fifa, mas o clube enviou um
anexo com a possibilidade de
realizar outras melhorias.
A principal seria a cobertura
das arquibancadas. A prioridade até agora, no entanto, é garantir parceiros da iniciativa
privada para a primeira parte
da empreitada, o que, no entender do São Paulo, já garantiria o estádio como uma das sedes da Copa do Mundo.
No documento, o governo
paulista reiterou que a estação
de metrô que ligará o restante
da cidade à região do Morumbi
será entregue no prazo exigido
pela entidade, apesar dos atrasos em alguns pontos da futura
Linha Amarela, a mesma que
deverá servir o estádio.
Também foram enviadas garantias de que o acesso ao aeroporto de Guarulhos será modernizado, de preferência com
o transporte sobre trilhos.
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