São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2001

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FUTEBOL

Meta agora é superar ausência do goleiro Rogério, substituído por Roger

São Paulo se prepara para sobreviver sem seu "dono"

DA REPORTAGEM LOCAL

Após comemorarem a classificação para a final do Rio-São Paulo, os são-paulinos terão de se livrar da dependência que sentem hoje do goleiro Rogério, principal responsável pela vaga na decisão.
Festejado pelos companheiros por defender três pênaltis e converter a sua cobrança contra o Fluminense, anteontem, o goleiro não poderá enfrentar a Matonense, amanhã, pelo Campeonato Paulista, porque está suspenso, com dois cartões amarelos.
Na quarta-feira que vem, dia do primeiro jogo da decisão contra o Botafogo, Rogério se apresentará à seleção brasileira.
Nas próximas duas semanas, ele participará dos amistosos contra os Estados Unidos e o México, ficando fora também da segunda partida da final, marcada para o próximo dia 7. Nesse período, será substituído pelo reserva Roger.
"Eu disse que, antes de ir para a seleção, deixaria o time na final do Rio-São Paulo e entre os quatro primeiros colocados do Campeonato Paulista. Consegui cumprir apenas a primeira promessa", afirmou Rogério.
Ele descartou a possibilidade de jogar contra o Botafogo e se apresentar em seguida. "Não daria tempo para fazer isso."
A importância do goleiro para os resultados obtidos pelo time nos últimos anos, com defesas e gols em cobranças de falta e pênaltis, deram a ele status de "dono" da equipe do Morumbi.
Rogério passou a desfrutar de privilégios concedidos por dirigentes e torcedores. No ano passado, a diretoria deixou de lado a sua política de contenção de despesas no momento de renovar o contrato de Rogério, que ganhou um aumento e passou a ser o atleta mais bem pago da equipe.
Outros jogadores vivem situação oposta, como o meia Carlos Miguel, que teve de aceitar uma redução em seu salário para continuar no clube paulista.
Graças ao seu desempenho em campo, Rogério também conquistou um tratamento diferenciado por parte dos torcedores. Ele fica fora das críticas da torcida, que havia prometido protestar contra o time no CT caso a classificação para a final do Rio-São Paulo não fosse alcançada.
Os companheiros de Rogério não escondem que a dependência em relação a ele tem aumentado.
"Nosso time mudou muito e ainda está se acertando, por isso o Rogério sofre tanto lá atrás. Vai continuar assim até a gente conseguir deixar menos espaço para os adversários", afirmou França.
Para o técnico Oswaldo Alvarez, o fato de Rogério ser o destaque da equipe não representa um fraco desempenho nos outros setores. "Estamos enfrentando equipes fortes, que marcam bem, sem nos dar espaço", disse o treinador.
Contra o Fluminense, Rogério evitou a eliminação do São Paulo no torneio ao fazer uma defesa classificada como milagrosa por Alvarez, num chute de Roni, no final do segundo tempo.
Rogério explicou ontem as provocações que fez aos cobradores de pênalti do time adversário no Maracanã. "Não ofendi ninguém, só fiz algumas brincadeiras. Para alguns, disse onde eles chutariam a bola", afirmou Rogério.
Nos próximos dias, ele pretende fazer exercícios para fortalecer a sua musculatura, antes de ir para a seleção. "Agora, passo a ser um torcedor do São Paulo", declarou.
Roger, que voltou ao time depois de ser dispensado em 1999, após posar nu, pelo então técnico Paulo César Carpegiani, disse estar mais bem preparado para substituir o titular do que em outras oportunidades. "Joguei contra o Rio Branco, por isso não estou sem ritmo", afirmou.
A pior experiência dele substituindo Rogério no São Paulo aconteceu em 1998, quando jogou desde o início da goleada sofrida diante da Lusa, por 7 a 2, no Pacaembu, pelo Brasileiro.
"Não preciso provar que sou competente. O Rogério confia em mim e sabe que posso defender o São Paulo", declarou Roger.


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