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FUTEBOL
Meta agora é superar ausência do goleiro Rogério, substituído por Roger
São Paulo se prepara para sobreviver sem seu "dono"
DA REPORTAGEM LOCAL
Após comemorarem a classificação para a final do Rio-São Paulo, os são-paulinos terão de se livrar da dependência que sentem
hoje do goleiro Rogério, principal
responsável pela vaga na decisão.
Festejado pelos companheiros
por defender três pênaltis e converter a sua cobrança contra o
Fluminense, anteontem, o goleiro
não poderá enfrentar a Matonense, amanhã, pelo Campeonato
Paulista, porque está suspenso,
com dois cartões amarelos.
Na quarta-feira que vem, dia do
primeiro jogo da decisão contra o
Botafogo, Rogério se apresentará
à seleção brasileira.
Nas próximas duas semanas, ele
participará dos amistosos contra
os Estados Unidos e o México, ficando fora também da segunda
partida da final, marcada para o
próximo dia 7. Nesse período, será substituído pelo reserva Roger.
"Eu disse que, antes de ir para a
seleção, deixaria o time na final do
Rio-São Paulo e entre os quatro
primeiros colocados do Campeonato Paulista. Consegui cumprir
apenas a primeira promessa",
afirmou Rogério.
Ele descartou a possibilidade de
jogar contra o Botafogo e se apresentar em seguida. "Não daria
tempo para fazer isso."
A importância do goleiro para
os resultados obtidos pelo time
nos últimos anos, com defesas e
gols em cobranças de falta e pênaltis, deram a ele status de "dono" da equipe do Morumbi.
Rogério passou a desfrutar de
privilégios concedidos por dirigentes e torcedores. No ano passado, a diretoria deixou de lado a
sua política de contenção de despesas no momento de renovar o
contrato de Rogério, que ganhou
um aumento e passou a ser o atleta mais bem pago da equipe.
Outros jogadores vivem situação oposta, como o meia Carlos
Miguel, que teve de aceitar uma
redução em seu salário para continuar no clube paulista.
Graças ao seu desempenho em
campo, Rogério também conquistou um tratamento diferenciado por parte dos torcedores.
Ele fica fora das críticas da torcida, que havia prometido protestar
contra o time no CT caso a classificação para a final do Rio-São
Paulo não fosse alcançada.
Os companheiros de Rogério
não escondem que a dependência
em relação a ele tem aumentado.
"Nosso time mudou muito e
ainda está se acertando, por isso o
Rogério sofre tanto lá atrás. Vai
continuar assim até a gente conseguir deixar menos espaço para os
adversários", afirmou França.
Para o técnico Oswaldo Alvarez,
o fato de Rogério ser o destaque
da equipe não representa um fraco desempenho nos outros setores. "Estamos enfrentando equipes fortes, que marcam bem, sem
nos dar espaço", disse o treinador.
Contra o Fluminense, Rogério
evitou a eliminação do São Paulo
no torneio ao fazer uma defesa
classificada como milagrosa por
Alvarez, num chute de Roni, no final do segundo tempo.
Rogério explicou ontem as provocações que fez aos cobradores
de pênalti do time adversário no
Maracanã. "Não ofendi ninguém,
só fiz algumas brincadeiras. Para
alguns, disse onde eles chutariam
a bola", afirmou Rogério.
Nos próximos dias, ele pretende
fazer exercícios para fortalecer a
sua musculatura, antes de ir para
a seleção. "Agora, passo a ser um
torcedor do São Paulo", declarou.
Roger, que voltou ao time depois de ser dispensado em 1999,
após posar nu, pelo então técnico
Paulo César Carpegiani, disse estar mais bem preparado para
substituir o titular do que em outras oportunidades. "Joguei contra o Rio Branco, por isso não estou sem ritmo", afirmou.
A pior experiência dele substituindo Rogério no São Paulo
aconteceu em 1998, quando jogou
desde o início da goleada sofrida
diante da Lusa, por 7 a 2, no Pacaembu, pelo Brasileiro.
"Não preciso provar que sou
competente. O Rogério confia em
mim e sabe que posso defender o
São Paulo", declarou Roger.
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