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BOXE
Os melhores do ano
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
D esta vez foi unânime.
As três principais publicações especializadas em boxe, a
"The Ring", a ""Boxing Digest" e
a "Fight Game", premiaram,
em consenso, Félix Trinidad como "lutador do ano" e o encontro entre os mexicanos Erik Morales e Marco Antonio Barrera
como a "luta do ano".
Nas demais categorias, houve
coincidência apenas no ""retorno do ano", que foi para o azarão (15 para 1) cruzador Virgil
Hill, que voltou a ser campeão.
Sobre a seleção de "lutador do
ano", cabe uma explicação.
Muitos argumentam que, por
causa da habilidade, o campeão
dos meio-pesados, Roy Jones Jr.
(a quem Trinidad já desafiou
para um combate entre supermédios), ou Shane Mosley são os
melhores boxeadores da atualidade. Mas para "lutador do
ano", uma distinção que tem
mais a ver com currículo, o prêmio só poderia ir para Trinidad.
"Tito" ascendeu de peso ao
bater David Reid, único norte-americano a ganhar ouro no
boxe em Atlanta-96, pelo título
dos médios-ligeiros da AMB
(Associação Mundial de Boxe).
Depois, massacrou o primeiro
do ranking (que piada!) Mamadou Thiam e fechou o ano unificando com Fernando Vargas, o
campeão pela Federação Internacional de Boxe, o que, pelo
modo como o fez, lhe valeu o título de "lutador do ano".
A disputa para "luta do ano"
contou este ano com três fortes
candidatos, seja por causa do
fator artístico, seja pela importância histórica -ou mesmo
por uma combinação de ambas.
O polêmico duelo entre Morales e Barrera superou os combates Oscar de la Hoya x Mosley e
Trinidad x Vargas. Os dois primeiros tiveram transmissão ao
vivo no Brasil, seja por TV a cabo ou aberta. O terceiro, não.
Dentro do ringue, Morales x
Barrera teve dois pugilistas parelhos em habilidade e coragem,
o que resultou em uma apresentação bem movimentada, com
golpes perigosos de lado a lado,
assimilação de golpes e a vantagem se alternando periodicamente, mesmo dentro de um
mesmo assalto, entre um e outro
(porém não houve quedas).
Os problemas começaram ao
final da luta. A vitória por pontos de Morales, dono do cinturão do Conselho Mundial de
Boxe, foi contestada pela imprensa. A seguir, a Organização
Mundial de Boxe, pela qual
Barrera era o campeão, passou
por cima do resultado e ""devolveu" o cinturão para o perdedor, um ato sem justificativa.
""Houve uma queda de Morales no último assalto, e mesmo
assim um jurado deu os últimos
assaltos para Morales", explicou
a esta coluna o presidente da
OMB, Francisco Valcarcel, que
afirmou não ter concordado
com a seleção dos jurados desde
o começo. E por que reconheceu
o combate como válido pelo título da OMB? ""É tudo um negócio, não tinha como ir contra os
interesses das redes de TV".
Por sua vez, a luta entre De la
Hoya e Mosley teve como atrativo a importância histórica. Afinal, Mosley foi o primeiro a vencer de maneira clara De la Hoya
-a vitória de Trinidad sobre
De la Hoya até hoje é acompanhada do adjetivo ""polêmica".
A luta Trinidad x Vargas foi
marcada pela ferocidade
-houve seis quedas, mas a
vantagem não oscilou tanto.
Falando em termos estritamente esportivos, pugilistas e
empresários do boxe terão muito trabalho para que a temporada atual supere a passada.
Na TV 1
Mais emissoras brasileiras de TV passam a investir no pugilismo. O canal HBO transmite ao vivo, no dia 2 de março, a programação na qual farão apresentações Laila Ali e Jacqueline Frazier-Lyde, filhas dos ex-campeões Muhammad Ali e Joe Frazier.
Como havia comentado na última semana, a situação dos fãs do
boxe não é a ideal, mas vai, pouco a pouco, melhorando.
Na TV 2
Para quem gosta de boxe e não estiver mais aguentando assistir
aos desfiles de Carnaval, uma opção é o VT do combate entre
Lennox Lewis e Henry Akinwande, na PSN, às 23h de sábado.
Na TV 3
Ou a reprise da luta entre Mike Tyson e "Buster" Douglas, às 5h
de domingo, na ESPN Internacional. Em seguida, a emissora
exibe dois combates do ex-campeão Rocky Marciano.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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