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Londres-12 prega igualdade de sexos
Organizadores da próxima Olimpíada querem que mulheres disputem a mesma quantidade de medalhas que homens
Pelo programa olímpico atual, já aprovado pelo COI, masculino tem 40 pódios a mais do que feminino, mas ajustes ainda são possíveis
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os organizadores dos Jogos
de Londres-2012 querem abrigar a primeira Olimpíada em
que haja igualdade de gêneros.
O objetivo é pressionar Comitê Olímpico Internacional e
federações esportivas para que
todas as modalidades contem
com mesmo número de disputas no masculino e feminino.
"Acredito que seja errado as
mulheres não poderem competir em tantos eventos quanto os
homens", defendeu Tessa Jowell, secretária de Estado do
Reino Unido para a Olimpíada.
"O esporte feminino avançou
a passos largos nas últimas décadas. Assim, chegou o momento ideal para que haja
igualdade de oportunidade nos
Jogos", acrescentou Jowell.
Pelo programa aprovado pelo COI, que ainda pode sofrer
alguns ajustes, dependendo de
negociações entre federações e
comitê, os homens disputarão,
em Londres-12, 40 medalhas a
mais do que as mulheres.
No total, o masculino está na
disputa por 166 medalhas de
ouro. As mulheres lutam por
126 comendas douradas -há
sete provas mistas, em dois esportes: hipismo e badminton.
É uma variação mínima em
relação aos Jogos de Pequim-08, quando o placar da divisão
olímpica por sexos foi 165 a 126.
Para Londres-12, houve a saída de um esporte masculino
(beisebol) e um feminino (softbol). Em compensação, a vela
excluiu suas três categorias
mistas, nas quais a participação
feminina era ínfima, aumentando duas classes masculinas.
Para alterar esse quadro, os
organizadores de Londres-12
terão que apressar seu lobby.
Normalmente, o COI decide
quais esportes serão incluídos
no programa olímpico com sete
anos de antecedência, no mesmo instante em que a cidade-sede dos Jogos é escolhida.
Mas as diversas provas de cada modalidade ainda podem
ser alteradas, ampliando ou reduzindo o número de eventos.
Por conta disso, Jowell e o secretário de Estado do Reino
Unido para o Esporte, Gerry
Sutcliffe, têm conversado com
os presidentes de cada federação olímpica britânica para engrossar suas reivindicações.
Jowell deu como exemplo a
britânica Victoria Pendleton,
do ciclismo de pista, que arrebatou o ouro em Pequim na
única prova em que pôde competir. Seu colega de equipe,
Chris Hoy, participou de três
disputas e venceu todas.
O ciclismo de pista, aliás, é
uma das modalidades em que a
desigualdade de gêneros ainda
grassa. Os homens estão habilitados a participar de sete eventos. As mulheres, só de três.
Mesmo em esportes em que a
paridade é quase total, não há
planos para ela se tornar efetiva. O atletismo conta com 24
eventos masculinos e 23 femininos. Entre os dirigentes, já há
quem defenda a igualdade total. Com isso, as mulheres disputariam o decatlo, como os
homens, e não mais o heptatlo.
Elas também passariam a correr a marcha de 50 km.
Mas a Iaaf (Associação Internacional das Federações de
Atletismo) ainda é reticente
quanto a essas alterações.
"Não planejamos, neste momento, realizar alguma mudança em nosso programa de
competição para incluir as mulheres na marcha de 50 km ou
no decatlo", declara Nick Davies, porta-voz da federação.
Com agências internacionais
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