São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Ricardo Gomes fica internado e é baixa na Libertadores

Técnico do São Paulo sofre alteração vascular cerebral após derrota para o Palmeiras e pode ficar afastado por até 1 mês

Milton Cruz, auxiliar que já dirigiu o time em outros casos emergenciais, vai comandar a equipe contra o Once Caldas, na Colômbia

Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress
Milton Cruz, que irá comandar o São Paulo contra o Once Caldas

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, sofreu uma leve alteração vascular cerebral e terá que ficar afastado do time por até um mês, segundo previsão médica. Ele começou a sentir formigamento no ombro direito após a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras anteontem e deu entrada à noite no hospital.
"Após avaliação clínica e neurológica, foi submetido a um estudo angiográfico e tomográfico de crânio, sendo detectada pequena alteração vascular cerebral e, por medida de precaução, permaneceu internado na UTI até esta manhã [ontem]", diz o boletim médico do hospital São Luiz, no Morumbi, onde Ricardo Gomes deverá ficar por enquanto.
"Neste momento, ele encontra-se clinicamente estável, contactante, com todos os sinais vitais e neurológicos preservados, sem qualquer sequela, o que possibilitou sua transferência para o quarto. Permanecerá hospitalizado para continuidade da investigação diagnóstica, sem data prevista de alta", diz o informe médico.
O treinador já recebeu parentes e amigos no quarto, foi visitado por Raí e Rogério Ceni, conversou com o auxiliar Milton Cruz e atendeu telefonemas de vários colegas, como Kaká e o técnico Paulo Autuori.
Segundo José Sanchez, médico do São Paulo, o caso de Ricardo Gomes não deve ser considerado AVC (acidente vascular cerebral). "Tecnicamente, houve um sangramento no cérebro, mas foi bem leve. Foi uma alteração leve. Em casos de AVC com sangramento, há 90% de mortes. A imprensa fala em AVC, e ele tem mãe de 83 anos, mulher, filho, todos ficam assustados. Ele está bem."
Sanchez lembrou de outros casos de treinadores são-paulinos. "Lembro o que passamos com o Telê [sofreu AVC em 1996 e ficou impedido de seguir a carreira]. Via o quanto o Muricy sofria [ele passou mal após jogo no Morumbi]. Estresse, calor, pressão, todos os fatores contribuem para isso", disse.
O São Paulo embarca hoje de manhã para a Colômbia, onde pega na quinta o Once Caldas pela Libertadores. Será comandado por Milton Cruz, auxiliar que já assumiu interinamente outras vezes a equipe, inclusive na Libertadores de 2005, quando o São Paulo foi campeão.
"Não quero ser treinador. Já sou estressado por natureza. No Brasil, onde mandam embora técnicos após três meses, acho que não conseguiria trabalhar, talvez na Europa, no Japão. Conversei com o Ricardo Gomes, ele está bem, e o mais importante é a saúde dele. Espero que ele volte logo. Vamos tentar a vitória para ele", falou.
Na última vez que dirigiu o time, Milton Cruz foi chamado de interino por Mano Menezes, técnico do Corinthians, sentiu-se ofendido e respondeu. "Tenho personalidade. Enfrentarei quem tiver que enfrentar."


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