São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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Corinthians joga mal, mas Tevez marca e evita fiasco

No jogo em que atletas colocaram cabeça a prêmio, time, ainda com técnico interino, vence apertado o Tigres e volta à zona de classificação de seu grupo na Libertadores da América

Mauricio Lima/France Presse
O argentino Carlitos Tevez, que desperdiçou pênalti antes de marcar o gol da vitória corintiana, abraça o compatriota Mascherano


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Foi a duras penas. Mas o Corinthians e seu maior astro se reabilitaram e evitaram um fiasco histórico na competição que o clube mais cobiça. A magra vitória por 1 a 0 sobre um desfigurado Tigres saiu dos pés de Tevez, maior aposta da MSI para vencer a Taça Libertadores da América.
Foi com o argentino também que os corintianos perceberam que teriam uma noite de sofrimento. Quando a partida estava 0 a 0, ele desperdiçou um pênalti, aos 8min do primeiro tempo.
Mas se recuperou pouco depois ao fazer o gol da vitória, seu primeiro no torneio continental com a camisa corintiana.
"Era muito difícil porque sabíamos que precisávamos vencer. Representa muito para nós. Agora vamos com mais tranqüilidade", disse Tevez, que saiu ovacionado pelos torcedores.
Mesmo sem ser brilhante, foi ele quem mais atacou os adversários. Foi o maior finalizador do jogo, com sete tentativas, e o mais caçado em campo, com três faltas sofridas, segundo o Datafolha.
Diante de um Pacaembu lotado, os corintianos foram pressionados até o fim por um adversário que veio a São Paulo só com 16 jogadores e sem seis titulares.
"O nosso objetivo era vencer e conseguimos isso, não importa como", afirmou o meia Ricardinho. "O time demonstrou que tem força", completou.
Comandados por um técnico interino, Ademar Braga, o time apresentou fraco futebol, mas chegou aos sete pontos no Grupo 4, mesmo número da Universidad Católica, que lidera a chave.
O próximo confronto no torneio será no dia 6 de abril, contra os chilenos, em Santiago.
Neste domingo, os corintianos farão o clássico contra o Palmeiras, no Morumbi, pelo Paulista. Será o último jogo de Braga, que já foi avisado que um novo técnico chega na segunda-feira.
Ontem, a torcida, como prometera, apoiou o time. Os corintianos, ao entrarem em campo, tiveram seus nomes gritados de forma efusiva. Mas bastou a bola rolar para o nervosismo tomar conta do time. Passes errados, lentidão, falta de criatividade.
O Tigres tocava a bola. Parecia ser o dono da casa. Marcelo se desdobrava sob as traves. Salvou o time duas vezes.
Mas os mexicanos deram uma mãozinha para os desesperados corintianos. O estabanado Montano tentou segurar Tevez pelo pescoço na área. Pênalti.
Os quase 32 mil corintianos que lotaram o Pacaembu se inflamaram. O próprio Tevez ajeitou. Mas a cobrança parou nas mãos de Hernández. A frustração foi grande, mas o nome da maior estrela corintiana foi gritado.
O voto de confiança foi retribuído pelo argentino, que fez o que dele se espera. Recebeu lançamento de Mascherano na entrada da área, levou a marcação de dois zagueiros e chutou forte no canto direito do goleiro, aos 28min.
O Pacaembu explodiu aos gritos de "Carlitos", desta vez por um bom motivo.
A sintonia da torcida era com seu maior ídolo. O Corinthians não jogava bem, não empolgava. Os outros, quando erravam, eram vaiados por parte dos torcedores. Principalmente Gustavo Nery.
Tevez foi poupado até quando deu chute bisonho que atravessou o campo e saiu pela lateral.
Dono do time, o argentino até fez as vezes de técnico quando Renato substituiu Roger, que torceu o tornozelo. Orientou o posicionamento do meio-campista.
O pobre futebol corintiano, sobretudo no segundo tempo, levava os corintianos ao desespero.
O alívio quase veio com o cabeceio na trave do vaiado Nery.
O temor voltou logo em seguida, quando a bola mexicana explodiu no travessão do inseguro goleiro Marcelo. E os festejos só foram retomados ao apito final do juiz paraguaio Carlos Torres.


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