São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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Bola rolando move Corinthians

Time, que pega Rio Claro, tem só 5 de seus 17 gols no Paulista feitos em jogadas ensaiadas ou pênalti

Apenas um gol no Estadual foi por meio de penalidade máxima, e, mesmo assim, lance não foi crucial para resultado final da partida


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No chamado "futebol moderno", time competitivo que se preze tem nas jogadas de bola parada uma arma fundamental para o sucesso em qualquer competição que dispute.
Pois o Corinthians, quarto colocado no Campeonato Paulista e que hoje enfrenta o Rio Claro, no Morumbi, tem contrariado essa nova recomendação dos gramados.
Baseado numa defesa sólida, a melhor do Estadual, com apenas nove gols sofridos em 15 jogos, a equipe do Parque São Jorge tem marcado seus gols sem usar a estratégia que costuma estar na lista de preferidas dos técnicos -inclusive na de Mano Menezes.
Dos 17 gols corintianos neste Paulista, apenas 5 saíram sem que jogadas fossem tramadas com a bola rolando.
Isso equivale a apenas 29,4% do total de tentos corintianos no torneio. Índice que está um pouco abaixo da média do campeonato. Aproximadamente 31% de todos os gols do Paulista saíram em jogadas de bola parada, segundo o Datafolha.
Equipes que têm na jogada ensaiada a principal fonte de gols, como o São Paulo por exemplo, apresentam dependência bem maior desse tipo de jogada que os corintianos. Dos 22 gols do time do Morumbi, metade saiu dessa forma.
Na parca conta corintiana de gols de bola parada entram duas cobranças de falta e um pênalti, o único assinalado a favor do time alvinegro nesta temporada -infração que acabou nem sendo crucial para o resultado do jogo em que ocorreu, 3 a 0 sobre o Guarani na estréia da equipe em 2008.
Através das famosas jogadas ensaiadas repetidamente e à exaustão nos treinamentos, somente dois gols foram obtidos pelo Corinthians.
Se o índice baixo de gols de bola parada representa uma independência desse tipo de jogada, ele mostra também falta de precisão da equipe e desperdício de chances de marcar.
Tal análise quem faz é o próprio técnico corintiano.
Acostumado a usar a arma com eficiência nos tempos de Grêmio, Mano tenta repetir o feito com sua equipe atual. Há algumas semanas ele tem dado ênfase aos ensaios de cobranças de escanteio e faltas laterais, ainda sem conseguir obter muitos resultados práticos.
A falta de um bom aproveitamento em escanteios e faltas, no entanto, não tem impedido o Corinthians de castigar seus adversários com jogadas de bolas cruzadas na área que culminam com gols de cabeça.
Dentinho, o artilheiro do time no Estadual, está entre os maiores cabeceadores da competição. Dos cinco gols anotados por ele no Paulista, três foram de cabeça, apesar de não ser um jogador considerado alto -sua ficha aponta 1,75 m.
Mas, para o jogo contra o Rio Claro, o Corinthians tem uma preocupação que vai além de como obter seus gols. Na avaliação dos atletas, o time não pode voltar a cometer hoje os erros que teve no 2 a 2 contra o Juventus, para não perder pontos que podem fazer falta.
" A gente não pode se dar ao luxo de perder pontos, principalmente dentro de casa. Não podemos vacilar como contra o Juventus, quando achamos que iríamos ganhar a qualquer hora", diz o zagueiro William.


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