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Diego fatura 20º pódio e "desiste" de patrocínios
Ginasta ganha outra prata na Copa do Mundo em Cottbus e se mostra resignado
Atleta diz que maturidade
o permite focar somente na ginástica, mas admite que
falta de apoio emperra até
mesmo seu projeto pessoal
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diego Hypólito conquistou
ontem sua 20ª medalha no circuito mundial da Copa do
Mundo. E, apesar de deixar a
etapa de Cottbus com duas pratas, afirma que "cansou" de esperar por novos patrocinadores nesta temporada.
Após perder 85% de seus
vencimentos em 2008 e não receber salários do Flamengo
desde a Olimpíada, o atleta declara que o fato de estar mais
maduro o ajuda a se manter
concentrado só em competir.
"A derrota na Olimpíada me
deu mais força e me fez enxergar o quanto eu amo a ginástica.
Isso é importante", afirmou o
atleta, que ontem conquistou a
prata na decisão do salto.
Após ter usado a série mais
difícil de sua carreira no solo e
cometido falhas anteontem, o
brasileiro abriu mão de executar pela primeira vez salto inédito (a tripla pirueta) e, ainda
assim, melhorou em 0,329
ponto a nota da classificatória.
Com 16,062 na decisão, Diego ficou atrás só do holandês
Jeffrey Wammes (16,100) -o
francês Benoit Caranobe
(15,937) levou o bronze.
"Estou muito feliz com essa
medalha. Fazia muito tempo
que não eu não ia ao pódio no
salto", comemorou Diego.
Com o resultado, o brasileiro
interrompeu jejum de dois
anos sem medalha na prova -a
última vez no salto fora na finalíssima da Copa do Mundo em
2006, realizada em São Paulo.
E passou a ostentar seu 20º pódio no circuito internacional.
Desde 2004, quando brilhou
pela primeira vez na Copa, Diego conquistou 11 ouros, 5 pratas
e 4 bronzes -quem mais se
aproxima dele no Brasil é Daiane dos Santos, com 15 pódios.
Mesmo com a atuação em
Cottbus -ele fora também prata no solo anteontem-, Diego
se mostra resignado quanto a
angariar patrocínios. "É triste,
mas, no Brasil, já falei várias vezes, valoriza-se só o campeão, o
herói. Sou um vencedor, até por
tudo o que já passei, mas não
creio que vá atrair novas empresas. Talvez só se eu vencer o
Mundial [em outubro]."
Hoje o bicampeão do mundo
no solo conta só com o apoio da
Caixa Econômica Federal, que
também é a patrocinadora da
confederação de ginástica.
"Os patrocínios que tive fizeram parte das minhas conquistas. Mas agora prometi a mim
mesmo que só vou me preocupar com isso em 2010."
A falta de perspectiva atrapalha outra iniciativa do atleta de
22 anos, que sonha em comandar projeto social para atender
a 150 crianças carentes.
"Já tenho até apoio de uma
empresa, a CCR [administradora de rodovias]. Mas ainda
não consegui um galpão, local
para estruturar e tirar o projeto
de vez do papel", revela ele.
Como alento financeiro, pela
colocação no salto, Diego embolsou ontem mais 600 francos
suíços (R$ 1.205) e, de quebra,
amealhou 24 pontos no ranking do aparelho na Corrida
dos Campeões, que terá mais
sete etapas até o final do ano.
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