São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

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Diego fatura 20º pódio e "desiste" de patrocínios

Ginasta ganha outra prata na Copa do Mundo em Cottbus e se mostra resignado

Atleta diz que maturidade o permite focar somente na ginástica, mas admite que falta de apoio emperra até mesmo seu projeto pessoal

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Diego Hypólito conquistou ontem sua 20ª medalha no circuito mundial da Copa do Mundo. E, apesar de deixar a etapa de Cottbus com duas pratas, afirma que "cansou" de esperar por novos patrocinadores nesta temporada.
Após perder 85% de seus vencimentos em 2008 e não receber salários do Flamengo desde a Olimpíada, o atleta declara que o fato de estar mais maduro o ajuda a se manter concentrado só em competir.
"A derrota na Olimpíada me deu mais força e me fez enxergar o quanto eu amo a ginástica. Isso é importante", afirmou o atleta, que ontem conquistou a prata na decisão do salto.
Após ter usado a série mais difícil de sua carreira no solo e cometido falhas anteontem, o brasileiro abriu mão de executar pela primeira vez salto inédito (a tripla pirueta) e, ainda assim, melhorou em 0,329 ponto a nota da classificatória.
Com 16,062 na decisão, Diego ficou atrás só do holandês Jeffrey Wammes (16,100) -o francês Benoit Caranobe (15,937) levou o bronze.
"Estou muito feliz com essa medalha. Fazia muito tempo que não eu não ia ao pódio no salto", comemorou Diego.
Com o resultado, o brasileiro interrompeu jejum de dois anos sem medalha na prova -a última vez no salto fora na finalíssima da Copa do Mundo em 2006, realizada em São Paulo. E passou a ostentar seu 20º pódio no circuito internacional.
Desde 2004, quando brilhou pela primeira vez na Copa, Diego conquistou 11 ouros, 5 pratas e 4 bronzes -quem mais se aproxima dele no Brasil é Daiane dos Santos, com 15 pódios.
Mesmo com a atuação em Cottbus -ele fora também prata no solo anteontem-, Diego se mostra resignado quanto a angariar patrocínios. "É triste, mas, no Brasil, já falei várias vezes, valoriza-se só o campeão, o herói. Sou um vencedor, até por tudo o que já passei, mas não creio que vá atrair novas empresas. Talvez só se eu vencer o Mundial [em outubro]."
Hoje o bicampeão do mundo no solo conta só com o apoio da Caixa Econômica Federal, que também é a patrocinadora da confederação de ginástica.
"Os patrocínios que tive fizeram parte das minhas conquistas. Mas agora prometi a mim mesmo que só vou me preocupar com isso em 2010."
A falta de perspectiva atrapalha outra iniciativa do atleta de 22 anos, que sonha em comandar projeto social para atender a 150 crianças carentes.
"Já tenho até apoio de uma empresa, a CCR [administradora de rodovias]. Mas ainda não consegui um galpão, local para estruturar e tirar o projeto de vez do papel", revela ele.
Como alento financeiro, pela colocação no salto, Diego embolsou ontem mais 600 francos suíços (R$ 1.205) e, de quebra, amealhou 24 pontos no ranking do aparelho na Corrida dos Campeões, que terá mais sete etapas até o final do ano.


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