São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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Dias contados

Em nova reunião, Ganso diz a presidente do Santos que deseja jogar na Europa, e renovação de contrato do camisa 10 com o clube fica ainda mais distante

LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Paulo Henrique Ganso, 21, o mais cobiçado meia do Brasil hoje, começou a trilhar seu caminho para a Europa.
Ontem, o jogador, ao lado de familiares e de representantes do DIS, grupo investidor que gerencia sua carreira, reuniu-se com o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro para falar sobre sua renovação com o Santos.
Entretanto o encontro não resolveu o imbróglio e aproximou Ganso de uma despedida no meio do ano.
O Santos ofereceu um aumento substancial no salário do meia, hoje de R$ 130 mil mensais, mas não abriu mão da multa de € 50 milhões (R$ 118 milhões) para transferências internacionais.
A diminuição no valor de rescisão é uma exigência do DIS, que prevê maiores dificuldades para negociar o jogador por essa quantia.
"O estafe do Ganso não tem condições de exigir isso. Existe um contrato em vigor, com multa estabelecida pelo presidente anterior", disse à Folha Luis Alvaro, que citou Marcelo Teixeira, ex-presidente, que tinha bastante proximidade com o DIS.
Durante a conversa, porém, segundo o atual presidente, Ganso demonstrou vontade de jogar no exterior.
"Ele tem deixado isso claro nas entrevistas que deu ao longo do ano. Da nossa parte, mostramos para ele que existe vantagem em esperar para realizar este sonho", declarou Luis Alvaro.
Mas o desejo de Ganso já serviu para o dirigente admitir negociá-lo, mesmo em valores abaixo da multa. "Prometemos analisar as propostas quando existirem. Tudo é questão de tempo e de melhor análise", disse o cartola.
Os investidores esperam que clubes europeus enviem propostas pelo atleta em julho. Inter de Milão e Milan já demonstraram interesse, mas não de forma oficial.
Luis Alvaro evitou críticas diretas aos representantes de Ganso, cuja empresa está em litígio com o clube justamente por conta do repasse de 25% dos direitos do meia, feito na gestão passada.
"É difícil julgar o que se passa na cabeça deles. O que me parece claro é que o objetivo da empresa é gerar lucros", declarou o presidente.
O cartola, entretanto, teme que a repercussão do caso cause reações contrárias a Ganso na torcida santista.
"É um risco. Apresentamos o projeto, muito semelhante ao do Neymar, no dia seguinte à lesão que o Paulo sofreu no joelho [em agosto de 2010]. Mas os procuradores suspenderam as conversas por um tempo", afirmou.
A reportagem tentou falar com representantes do camisa 10, mas não foi atendida.
O Santos também iniciou ontem a negociação para contratar o técnico Muricy Ramalho, atual campeão brasileiro, que deixou o Fluminense há dez dias.
"O Pedro [Nunes Conceição, diretor de futebol do Santos] enviou um torpedo para o Márcio [Rivellino, procurador do técnico] para marcarem um encontro", disse o presidente santista.


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