São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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TOSTÃO

Ganso não é Zidane


Pela pouca qualidade de vários rivais, esperava-se mais dos brasileiros na Libertadores


ESPERAVA-SE MAIS das equipes brasileiras na Libertadores.
Ganso, em seu retorno aos gramados, após ficar mais de seis meses parado, mostrou, mesmo fazendo um gol e dando dois ótimos passes, que estava lento, sem mobilidade.
Como foi excessivamente elogiado, como se estivesse em forma e fosse um Zidane, o Santos, precisando dele, escalou-o, desde o início, nas duas partidas seguintes. Temo que essa pressa prejudique sua recuperação técnica e física.
O Santos, mesmo com Elano, está pior neste ano, sem Robinho, André e Wesley, além da má forma de Ganso e da ausência de Arouca, contundido.
A defesa continua fraca. Além de sofrer muitos gols em jogadas pelo alto, os zagueiros, desde a época de Dorival Jr., como os dos outros times brasileiros, marcam muito atrás. Quando o time ataca, os armadores avançam, e os zagueiros continuam recuados. Fica um enorme espaço para o adversário receber a bola e contra-atacar.
Os técnicos brasileiros, que são em algumas coisas melhores que os europeus, precisam aprender com eles a formar times compactos, sem deixar grandes espaços entre a defesa, o meio e o ataque.
O Grêmio sente muita falta de Jonas, que fazia gols e dava excelentes passes. Carlos Alberto não faz uma coisa nem outra. E dizem que tem grande talento. Confundem habilidade com talento. De vez em quando, por causa de sua habilidade, faz boas jogadas, como no gol contra o León de Huánuco.
O destaque do Grêmio é o volante Fábio Rochemback. Além de marcar bem, tem um passe rápido, mais longo, eficiente e para a frente. Esse tipo de passe é importantíssimo para iniciar o contra-ataque. Pega a defesa mal posicionada. A maioria dos volantes demora um século para dominar a bola e tocá-la para o lado. Pior, passam e não avançam para recebê-la mais à frente.
Cruzeiro e Inter são as duas equipes que mais tentam jogar com a bola no chão, trocar passes e fazer triangulações. Cada dia, isso é menos comum no Brasil. Preferem a correria, as jogadas aéreas, a pressa e os chutões.
Se não ganhar hoje do América do México, o Fluminense estará praticamente fora da Libertadores. Temo que a saída de Muricy Ramalho, no momento em que a equipe mais precisava dele, e as revelações da péssima estrutura profissional provoquem uma depressão e mais derrotas, como se o clube e o time, de repente, se sentissem pequenos.
A não ser que um novo técnico, como Joel Santana, de jogo rápido, levante o astral.


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