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BOXE
Tudo em família
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Negócios de família."
É este o slogan promocional da disputa do título mundial entre o ucraniano Vitali
Klitshko e Corrie Sanders, amanhã. Tudo porque em seu combate imediatamente anterior o sul-africano Sanders nocauteou o irmão mais novo de Vitali, Wladimir. Este, aliás, vinha sendo
apontado por especialistas como
o sucessor do legado de Muhammad Ali, "Sugar" Ray Leonard e
"Iron" Mike Tyson, não como lutador, mas como grande atração.
Ninguém poderia esperar que
Sanders pusesse um fim aos sonhos de Wladimir, especialmente
porque o sul-africano já estava semi-aposentado quando o convidaram para enfrentar (e perder
para) Klitschko.
Parecia que Sanders subiria ao
ringue só pela bolsa. Afinal, algumas centenas de milhares de dólares não fazem mal a ninguém...
Alguns socos aqui, outros ali, e
lá estava Wladimir estirado ao
solo, e Sanders era declarado o
mais novo campeão dos pesos-pesados pela Organização Mundial
de Boxe (mesma entidade pela
qual Popó é campeão).
Posteriormente, Sanders abriu
mão de defender o título da OMB
pela oportunidade de lutar pelo
título do mais prestigioso Conselho Mundial de Boxe.
Quem se beneficiou com a decisão de Sanders foi Wladimir, cuja
primeira luta após a derrota para
o sul-africano foi a disputa do título vago da OMB contra o americano Lamon Brewster.
Como vimos há poucas semanas, a alegria de Wladimir durou
pouco. Brewster o nocauteou -o
irmão mais novo de Vitali amargava sua segunda derrota consecutiva. Tratou-se de um duro baque para o "sucessor do legado de
Ali, Leonard e Tyson". Chegou-se
a especular que se aposentaria,
mas o gigante ucraniano descartou esse cenário -por enquanto.
Agora, durante a promoção da
luta entre Vitali e Corrie, os empresários adotaram o ângulo de
que se trata de uma vingança do
Klitschko mais velho pelos danos
causados à carreira de seu irmão
por Sanders.
"Já derrotei um irmão, agora
preciso terminar o "serviço". Sei
que Vitali vê essa como uma
chance de acertar uma questão de
família, e não o culpo. Se Vitali
tem algo contra mim porque bati
seu irmão, isso vai custar caro. Estou muito confiante, vou fazer
com Vitali o que fiz com Wladimir", provocou Sanders nas entrevistas que antecederam a luta.
Já Vitali procura disfarçar e deixar as provocações de lado. "Corrie Sanders é um bom adversário.
Depois do que fez a meu irmão,
não posso subestimá-lo", disse Vitali, que antes da derrota do irmão afirmou que tinha de bater
Sanders porque formaria a primeira dupla de irmãos a ser campeões dos pesos-pesados simultaneamente -caso Wladimir tivesse vencido Brewster.
Mas, se vencer Sanders amanhã
(o canal HBO Plus anuncia transmissão ao vivo para o Brasil a
partir das 22h30), Vitali só estaria
retornando um favor a Wladimir:
depois que Vitali foi derrotado
pelo americano Chris Byrd, Wladimir o enfrentou e venceu, levando, na ocasião, o título da
OMB "para casa" novamente.
Brasil 1
O meio-pesado Laudelino Barros volta a lutar nos EUA, onde sofreu
sua primeira derrota profissional em janeiro. O rival será o americano Dornell Wilson, em 21 de maio. O leve Juliano Ramos se apresenta
na mesma programação, que, nos EUA, terá transmissão da ESPN
International. O oponente de Ramos ainda não foi anunciado.
Brasil 2
Em análise do cenário mundial na última edição da "The Ring" (Julho de 2004), a publicação aponta Popó como o peso-leve mais "protegido" e "superestimado" na atualidade. Mas os autores do texto fazem uma ressalva: "Popó poderia nocautear Juan Lazcano ou Jose
Luis Castillo [o primeiro e segundo do ranking independente da revista] ou superá-los por pontos".
E-mail eohata@folhasp.com.br
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