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PAN-AMERICANO
Com verba do BNDES retida, prefeitura abre mão de projeto que investiria R$ 125 milhões em melhorias
Sem financiamento, Rio encolhe obras de infra-estrutura
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Sem poder contar com o financiamento do BNDES, pré-aprovado há quase três meses, mas retido no banco por causa de problemas financeiros do município
com outros órgãos federais, a Prefeitura do Rio de Janeiro vai encolher as obras de "mobilidade urbana" para o Pan-2007.
A Secretaria Municipal Especial
do Pan informou na quinta que o
projeto, orçado em R$ 125 milhões para o BNDES, terá "as prioridades reestudadas". O plano de
"mobilidade urbana" pretendia
realizar uma série de obras no entorno dos principais pontos do
evento, o autódromo de Jacarepaguá, o estádio do Maracanã e o estádio olímpico João Havelange.
A secretaria informou ainda
que apenas a passarela que levará
os torcedores da estação ferroviária do Engenho de Dentro ao estádio olímpico e a finalização do
Boulevard do Pan, uma via que
está sendo alargada perto ao autódromo, estão garantidas.
A secretaria não informou o
custo do projeto adaptado. O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL),
adiantou que a obra da passarela
deverá consumir R$ 20 milhões.
""Continuaremos atrás [do financiamento]. Mas o fundamental é o acesso ao Engenhão [estádio olímpico] e nada mais. Os demais são legados", disse Maia.
A prefeitura até já conta como
perdido o financiamento do
BNDES. Na ata da reunião do Co-Rio (comitê organizador do Pan),
realizada no final do mês passado,
Roberto Ainbinder [funcionário
da prefeitura] comentou que o
BNDES não vai financiar o projeto "Mobilidade Urbana".
Apesar de o prefeito tentar minimizar o impacto da redução no
projeto nos Jogos Pan-Americanos de 2007 por causa da demora
na liberação do financiamento do
BNDES, o trânsito no Rio deverá
ficar ainda mais conturbado do
que o que já estava previsto.
Como a prefeitura e o governo
do Estado não conseguiram expandir as redes de transporte de
massa -metrô, trem e barca-,
conforme haviam prometido na
vitória da cidade para sediar o
evento em 2002, o Rio realizará os
Jogos com o tráfego saturado.
Especialistas em engenharia de
trânsito ouvidos pela Folha em
2005 já previam engarrafamentos
nas regiões envolvidas no Pan.
As competições irão ocorrer nas
quatro zonas da cidade (sul, norte, oeste e da Leopoldina). A região da Barra da Tijuca, onde ficarão hospedados os cerca de 7.500
participantes do evento, é a mais
crítica. Além da Vila Pan-Americana, a área concentrará eventos
no autódromo, no Riocentro e na
Cidade do Rock. Nela, a prefeitura
pretende só alargar o Boulevard
do Pan, via que ligará a Vila ao
Riocentro e ao autódromo.
Sem melhorar a infra-estrutura
da cidade, a prefeitura pretende
colocar escolas e repartições públicas de férias durante o evento
para evitar o caos no trânsito.
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