São Paulo, domingo, 23 de abril de 2006

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PAN-AMERICANO

Com verba do BNDES retida, prefeitura abre mão de projeto que investiria R$ 125 milhões em melhorias

Sem financiamento, Rio encolhe obras de infra-estrutura

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Sem poder contar com o financiamento do BNDES, pré-aprovado há quase três meses, mas retido no banco por causa de problemas financeiros do município com outros órgãos federais, a Prefeitura do Rio de Janeiro vai encolher as obras de "mobilidade urbana" para o Pan-2007.
A Secretaria Municipal Especial do Pan informou na quinta que o projeto, orçado em R$ 125 milhões para o BNDES, terá "as prioridades reestudadas". O plano de "mobilidade urbana" pretendia realizar uma série de obras no entorno dos principais pontos do evento, o autódromo de Jacarepaguá, o estádio do Maracanã e o estádio olímpico João Havelange.
A secretaria informou ainda que apenas a passarela que levará os torcedores da estação ferroviária do Engenho de Dentro ao estádio olímpico e a finalização do Boulevard do Pan, uma via que está sendo alargada perto ao autódromo, estão garantidas.
A secretaria não informou o custo do projeto adaptado. O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), adiantou que a obra da passarela deverá consumir R$ 20 milhões.
""Continuaremos atrás [do financiamento]. Mas o fundamental é o acesso ao Engenhão [estádio olímpico] e nada mais. Os demais são legados", disse Maia.
A prefeitura até já conta como perdido o financiamento do BNDES. Na ata da reunião do Co-Rio (comitê organizador do Pan), realizada no final do mês passado, Roberto Ainbinder [funcionário da prefeitura] comentou que o BNDES não vai financiar o projeto "Mobilidade Urbana".
Apesar de o prefeito tentar minimizar o impacto da redução no projeto nos Jogos Pan-Americanos de 2007 por causa da demora na liberação do financiamento do BNDES, o trânsito no Rio deverá ficar ainda mais conturbado do que o que já estava previsto.
Como a prefeitura e o governo do Estado não conseguiram expandir as redes de transporte de massa -metrô, trem e barca-, conforme haviam prometido na vitória da cidade para sediar o evento em 2002, o Rio realizará os Jogos com o tráfego saturado.
Especialistas em engenharia de trânsito ouvidos pela Folha em 2005 já previam engarrafamentos nas regiões envolvidas no Pan.
As competições irão ocorrer nas quatro zonas da cidade (sul, norte, oeste e da Leopoldina). A região da Barra da Tijuca, onde ficarão hospedados os cerca de 7.500 participantes do evento, é a mais crítica. Além da Vila Pan-Americana, a área concentrará eventos no autódromo, no Riocentro e na Cidade do Rock. Nela, a prefeitura pretende só alargar o Boulevard do Pan, via que ligará a Vila ao Riocentro e ao autódromo.
Sem melhorar a infra-estrutura da cidade, a prefeitura pretende colocar escolas e repartições públicas de férias durante o evento para evitar o caos no trânsito.


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