São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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Fábio Costa coloca o Santos na decisão

Goleiro faz defesas decisivas no começo e no final do duelo contra o Bragantino e ainda conta com a ajuda da trave

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Fábio Costa, destaque do Santos na partida de ontem, que levou o time à decisão, faz defesa


Santos 0
Bragantino 0

JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva não dava trégua no começo. O campo, encharcado, deixou a bola parada dentro da área santista, à espera da finalização do atacante Éverton, do Bragantino. Mas ela não foi à rede. Fábio Costa defendeu.
A jogada foi aos 53s de jogo, mas serviu para mostrar que, se dependesse do goleiro do Santos, o time estaria na final do Paulista. E dependeu.
Noventa minutos depois da primeira defesa, e muitas saídas de bola para cortar os cruzamentos, o camisa 1 do time da Vila Belmiro ratificou a classificação de sua equipe.
Ao fazer a defesa, de novo à queima-roupa, num chute cruzado de Bill, ele vibrou. Junto com ele, a torcida santista respirou aliviada e, respondendo aos pedidos do herói da tarde, que levantava os braços e batia no peito, o reverenciou.
Ali ficou claro que o 0 a 0 não deixaria de sair do placar. E isso bastava para o Santos.
Uma bola na trave, logo depois do "milagre" de Fábio Costa ainda assustou, mas já não era suficiente para que a celebração que explodiu quando as mãos do goleiro impediram que o Santos tivesse o mesmo destino do São Paulo.
Aliás, depois do que ocorreu no dia anterior, o temor de que uma final sem grandes ficou no ar. A ponto de até deixar Vanderlei Luxemburgo irritado dizendo que "o Santos não subestima nenhum adversário".
Afirmação prontamente contrariada por Cléber Santana durante a partida. O meia do Santos teve a oportunidade de ser o autor do gol de uma classificação com menos sustos, mas desperdiçou um pênalti ainda no primeiro tempo, numa cobrança em que depois de deslocar o goleiro Felipe com uma paradinha, jogou a bola, rasteira, na trave.
Por isso, ele foi o primeiro dos santistas a vibrar com a atuação do companheiro embaixo das traves. Cléber disse que sentiu o alívio proporcionado pela atuação do goleiro.
"Pensei no pênalti sim. Com certeza. Jogávamos pelo empate, mas teria sido fácil se eu tivesse acertado", disse o artilheiro do Santos no Paulista.
"Mas jogamos pelo regulamento e nos classificamos", disse Cléber, que deixou o gramado vaiado, mas fora defendido pelas palavras do herói do jogo nos vestiários.
"Se ele não tivesse feito tantos gols também não estaríamos aqui. Não foi o Cléber que perdeu [o pênalti]. Foi o Santos", disse Fábio Costa.
Quem estava fora do gramado também sentiu a eliminação passar perto, mas ser afastada por Fábio Costa. "Ainda bem que o nosso goleiro estava inspirado", disse o ex-jogador e ídolo do clube Zito.
Vanderlei Luxemburgo foi menos enfático, mas também elogiou seu goleiro titular.
"Goleiro que joga no Santos e em grandes clubes vai aparecer uma, duas, três vezes no jogo. E é aí que ele tem que aparecer. E o Fábio Costa está num momento muito bom", afirmou.
Fábio Costa elegeu a primeira defesa que fez na partida como a mais difícil da tarde.
"Era um momento crucial do jogo", disse o goleiro, que humildemente comentou sua atuação. "Fiz a minha parte, a minha defesa."


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