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São Paulo agora tenta conter crise interna
Contratações que não vingaram e estilo turrão de Muricy geram críticas
Na saída do Morumbi, atletas foram hostilizados pela torcida e agora buscam recuperar brio para tentar continuar na Libertadores
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fim de jogo. O ônibus do clube deixa o estádio do Morumbi
e um grupo enxuto de inconformados torcedores hostiliza os
poucos atletas, que, precavidos,
em nenhum momento abrem
as janelas para rebater os gritos
de "amarelão".
Quem protagonizou essa manifestação foram torcedores do
São Paulo, depois dos 4 a 1 no
jogo com o São Caetano anteontem pelas semifinais do
Campeonato Paulista.
Até então, o clima entre torcida e jogadores era de harmonia, graças à boa fase do time.
Muricy sabe da pressão que
vai sofrer da torcida até a partida de quarta-feira, contra o Audax pela Libertadores, quando
precisa de um empate para seguir na competição. Mas é internamente que as cobranças
começam a ganhar força.
Sempre cultuado por fazer
contratações certeiras, o clube
agora não vê o mesmo resultado de anos anteriores.
Dos jogadores que chegaram,
apenas Hugo conseguiu emplacar. Jadílson, outro novato que
ganhou a posição, ainda alterna
bons e maus momentos e só se
firmou entre os titulares graças
à má fase de Júnior.
Outro ponto que agita os bastidores é a insistência do treinador com alguns jogadores.
Em especial com o atacante
Leandro, que nunca é sacado da
equipe e também é utilizado
em várias posições. Outro alvo
é Aloísio, que não marca um gol
desde o dia 28 de janeiro.
Para piorar o clima, o estilo
turrão de Muricy desagrada a
muita gente no clube. O mau-humor do técnico já causou ruídos com alguns dirigentes que
circulam pelo futebol do clube.
Descontente com a invasão
de conselheiros e convidados
no CT são-paulino em dia de
concentração, o técnico chegou
a baixar uma norma proibindo
visitas para não atrapalhar seu
planejamento no futebol.
Internamente, já se comenta
a possibilidade de troca de comando na equipe caso o São
Paulo não se classifique para as
oitavas-de-final da competição.
Na entrevista coletiva de anteontem, o técnico Muricy Ramalho trocou o seu tradicional
inconformismo pela resignação dos vencidos.
"Tivemos as chances e não
matamos. O São Caetano foi
mais feliz e ganhou o jogo. Fizemos um bom primeiro tempo e
começamos o segundo bem.
Depois tomamos os gols e ficou
difícil", simplificou o treinador.
Após esse choque causado
pela humilhante eliminação de
um campeonato em que a condição de finalista era dada como certa, Muricy falou que não
é hora de broncas.
"Tem hora de dar porrada e
momento de passar a mão na
cabeça. Vou falar com o grupo
que o Paulista acabou e que temos boas chances de seguir na
Libertadores", falou o técnico.
Muricy comentou ainda a declaração do atacante Leandro,
que afirmou que o grupo precisa se abraçar para superar o
momento atual. "Eles têm de se
abraçar mesmo. Abraçam
quando ganham. Quando perde
é a mesma coisa", completou.
Para o goleiro Rogério, não
existe chance melhor de recuperação tendo um jogo de Libertadores pela frente.
"É a competição mais importante da América e nós sabemos o quanto a torcida do São
Paulo valoriza isso. Temos boas
chances de nos recuperar."
O goleiro também pediu
apoio dos torcedores. "Tenho
certeza de que vão encher o estádio para empurrar o time."
Já o atacante Leandro tentava levantar o moral dos companheiros. "Aqui não tem bandido. Ninguém tem que se esconder brigamos, jogamos, mas infelizmente as coisas não deram
certo", completou.
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