São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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COB coloca interventor para gerir federação

Jamais, espontaneamente, comitê tomara tal iniciativa

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma atitude inédita, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) nomeou ontem um interventor para a CBLP (Confederação Brasileira de Levantamento de Peso). Até hoje, por iniciativa própria, a entidade jamais tomara tal iniciativa.
O COB apontou interventor para a Confederação Brasileira de Vela e Motor, mas foi a pedido de seus próprios membros, depois que Lars Grael abandonou a presidência da entidade.
Entidades notoriamente problemáticas, como a Confederação Brasileira de Tênis, então sob a gestão de Nelson Nastás, ou a Confederação Brasileira de Judô, sob a administração Mamede, jamais foram alvo de ações semelhantes do COB.
Além de argumentar que "cada caso é um caso", ao ser confrontado com os exemplos do tênis e do judô, o COB cita irregularidades estatutárias na CBLP para justificar a nomeação de Amilton Barreto de Barros Junior como interventor.
A principal das irregularidades apontadas é a ""vacância" dos cargos diretivos da entidade, já que a eleição para presidente da CBLP, que deveria ter ocorrido em Assembléia Geral, em janeiro, não aconteceu.
Entre outras irregularidades apontadas pelo COB na gestão da CBLP, está o fato de não constar em seu estatuto o endereço da sede da confederação e a composição de seu TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) contar com sete integrantes, e não nove, contrariando as determinações da Lei Pelé.
""O COB me ligou hoje [ontem] e disse que estava mandando um interventor. Mas não falaram nada de eu não ser mais presidente, até porque as eleições estão marcadas para 29 de abril. E o endereço da confederação consta no estatuto, está registrado em cartório", diz Davi Monteiro Gomez, ex-presidente da confederação substituído por Barros Junior.
A Folha apurou que Gomez não é considerado administrador competente pelo comitê.
Um dos motivos técnicos de insatisfação é que Gomez não teria conseguido modernizar sua confederação. Durante sua gestão, chegou-se a sugerir que o dirigente aceitasse auxiliar indicado pelo COB que o ajudasse na administração da CBLP, com sede no município de Viçosa, em Minas Gerais.
Porém, segundo o COB, nenhum desses fatores pesou para a indicação do interventor. A entidade diz que não houve juízo de valor, mas que as normas e regras têm de ser seguidas.
O COB aponta que, no caso do judô, as diferenças entre atletas e direção se restringiam ao palco técnico-esportivo, por isso não cabia um interventor.
Sobre o caso do tênis, no qual Nastás e um outro dirigente foram obrigados pelo Tribunal de Contas da União a devolver dinheiro aos cofres públicos, o comitê aponta que a situação era distinta à da CBLP.


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