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Fim de equipe feminina de vôlei cria uma legião de "órfãos" em Osasco
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Osasco está de luto", disse
o aposentado Inajara Martinho, 59, lamentando a extinção da tradicional equipe feminina de vôlei de sua cidade.
O fim da parceria de 13 anos
entre o patrocinador Bradesco e o time deixou não só atletas de ponta desempregadas
como também fãs desolados.
Martinho, que preside a
"Loucos de Osasco", uma das
torcidas organizadas mais
fiéis do vôlei, teme pelo futuro dos outros torcedores, em
sua maioria, desempregados.
Atualmente, a torcida conta
com cerca de 500 membros.
"Osasco hoje quase não
tem opções de lazer. A nossa
torcida não é elitizada. A
maioria vem de comunidades
carentes. São pessoas que fizeram da torcida uma tábua
de salvação", declarou Martinho, que acompanha a equipe
desde que ela se estabeleceu
na cidade, em 1996.
"A esse filme eu já assisti.
Aconteceu a mesma coisa
com o basquete", lamentou o
aposentado, em referência ao
fim do investimento do banco
no basquete adulto feminino
da cidade, em 2000.
"Todos aqui estão em choque. Osasco respira vôlei porque futebol não tem", disse o
torcedor Elson Souza, 37. O
time osasquense de futebol
mais bem colocado no Paulista é o Grêmio Esportivo Osasco, que disputa a Série A-3,
equivalente à terceira divisão.
Desempregado, Souza perdeu não apenas uma opção de
lazer com o fim da equipe de
vôlei como também uma fonte de renda. Ele recebia R$ 20
por jogo para ser gandula. Na
última Superliga, acompanhou todos os jogos de Paula
Pequeno e companhia disputados em Osasco e na capital.
"Queremos levar um abaixo-assinado para a prefeitura.
Sabemos que o banco não vai
voltar atrás, mas temos que
tentar trazer outro patrocinador", declarou Souza.
Pela internet, principalmente pela comunidade do
Orkut dedicada à equipe, que
conta com mais de 4.500
membros, torcedores organizam uma manifestação em
frente ao ginásio José Liberatti, no sábado, às 10h. Hoje,
os "órfãos" do time vão à prefeitura pedir apoio a uma possível nova equipe.
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