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RÉGIS ANDAKU
Em qualquer piso, a qualquer hora
Diferentemente de outros duelos históricos, Federer e Nadal levam rivalidade para qualquer piso, data e lugar
ROGER FEDERER já embolsara
alguns Grand Slams e outros
tantos recordes quando passou a ser considerado por parte de
torcida, crítica e mídia o melhor tenista de todos os tempos. Não haveria ninguém para fazer-lhe frente.
Os céticos, conservadores e resistentes já quase não tinham mais o
que responder quando, alívio geral
na nação do tênis, Rafael Nadal surgiu como pedra no sapato do suíço.
Uma derrota, duas, três, quatro, e
elas se deviam ao fato de quase todos
os duelos terem sido no saibro, explicavam os "federistas". Pois Nadal
se manteve, então, como o rei maior
no saibro, capaz de se impor ao suíço
nesse piso e atrapalhar nos outros.
Com o suíço em crise -afinal, como explicar Federer ficar quatro
(quatro!) torneios sem levar o troféu?-, Nadal dominou a cena e a
temporada de saibro deste ano com
títulos consecutivos, recordes e uma
série inacreditável de 81 vitórias.
Eis, então, que o "abandonado"
Federer surge deslizando no saibro
e, sem dó, derruba Nadal à beira de
uma marca história: vencer os três
Masters Series no saibro na mesma
temporada. Federer sorri em Hamburgo, e Nadal, empoeirado, perde.
Federer triunfa contra Nadal no
saibro, Nadal chega à final de um
Grand Slam na grama contra Federer, um bate o outro no cimento, outro bate um nesse mesmo piso. Não
à toa, marca-se o jogo de um contra o
outro na mesma quadra, mas metade saibro, metade grama.
Um vive mostrando sua garra, força, um touro, Nadal, Mozart, e o outro, sua classe habitual, técnica, um
pássaro, Federer, Vivaldi. Este com
seu uniforme imaculadamente
branco, um anjo, o outro com suas
cores vibrantes, um pirata.
Após a derrota em Hamburgo, fim
da série invicta, Nadal pediu a camiseta autografada de Federer. No
confronto entre os opostos, ambos
saem como ídolos a serem seguidos.
Não importa se "federista" ou "nadalista", o fã do tênis acompanha hoje um dos mais emocionantes duelos da história. Um ou outro, em
qualquer piso, em qualquer dia, coloca em quem gosta de tênis a vontade de tirar a raquete do armário e jogar. Ou de simplesmente cansar de
ver os dois duelando, em qualquer
piso, a qualquer dia.
NA WEB
Sobre este e outros confrontos, vale a leitura do texto "O melhor duelo de todos os tempos", do jornalista José Nilton Dalcim, do Tenisbrasil, em http://tenisjn.zip.net.
EM GOIÁS
Caio Zampieri ficou com o título do
Tennis Classic Rio Quente Resorts
ao bater Alexandre Bonatto em
dois sets na final. Nesta semana,
Sorocaba (SP) recebe outro future.
EM SÃO PAULO
Bjorn Borg jogando na capital paulista? O Ibirapuera terá o ex-campeão em um torneio no fim de novembro. Certamente o melhor
evento de tênis no país neste ano.
reandaku@uol.com.br
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