São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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RÉGIS ANDAKU

Em qualquer piso, a qualquer hora

Diferentemente de outros duelos históricos, Federer e Nadal levam rivalidade para qualquer piso, data e lugar

ROGER FEDERER já embolsara alguns Grand Slams e outros tantos recordes quando passou a ser considerado por parte de torcida, crítica e mídia o melhor tenista de todos os tempos. Não haveria ninguém para fazer-lhe frente.
Os céticos, conservadores e resistentes já quase não tinham mais o que responder quando, alívio geral na nação do tênis, Rafael Nadal surgiu como pedra no sapato do suíço. Uma derrota, duas, três, quatro, e elas se deviam ao fato de quase todos os duelos terem sido no saibro, explicavam os "federistas". Pois Nadal se manteve, então, como o rei maior no saibro, capaz de se impor ao suíço nesse piso e atrapalhar nos outros.
Com o suíço em crise -afinal, como explicar Federer ficar quatro (quatro!) torneios sem levar o troféu?-, Nadal dominou a cena e a temporada de saibro deste ano com títulos consecutivos, recordes e uma série inacreditável de 81 vitórias. Eis, então, que o "abandonado" Federer surge deslizando no saibro e, sem dó, derruba Nadal à beira de uma marca história: vencer os três Masters Series no saibro na mesma temporada. Federer sorri em Hamburgo, e Nadal, empoeirado, perde.
Federer triunfa contra Nadal no saibro, Nadal chega à final de um Grand Slam na grama contra Federer, um bate o outro no cimento, outro bate um nesse mesmo piso. Não à toa, marca-se o jogo de um contra o outro na mesma quadra, mas metade saibro, metade grama. Um vive mostrando sua garra, força, um touro, Nadal, Mozart, e o outro, sua classe habitual, técnica, um pássaro, Federer, Vivaldi. Este com seu uniforme imaculadamente branco, um anjo, o outro com suas cores vibrantes, um pirata.
Após a derrota em Hamburgo, fim da série invicta, Nadal pediu a camiseta autografada de Federer. No confronto entre os opostos, ambos saem como ídolos a serem seguidos. Não importa se "federista" ou "nadalista", o fã do tênis acompanha hoje um dos mais emocionantes duelos da história. Um ou outro, em qualquer piso, em qualquer dia, coloca em quem gosta de tênis a vontade de tirar a raquete do armário e jogar. Ou de simplesmente cansar de ver os dois duelando, em qualquer piso, a qualquer dia.

NA WEB
Sobre este e outros confrontos, vale a leitura do texto "O melhor duelo de todos os tempos", do jornalista José Nilton Dalcim, do Tenisbrasil, em http://tenisjn.zip.net.

EM GOIÁS
Caio Zampieri ficou com o título do Tennis Classic Rio Quente Resorts ao bater Alexandre Bonatto em dois sets na final. Nesta semana, Sorocaba (SP) recebe outro future.

EM SÃO PAULO
Bjorn Borg jogando na capital paulista? O Ibirapuera terá o ex-campeão em um torneio no fim de novembro. Certamente o melhor evento de tênis no país neste ano.

reandaku@uol.com.br


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