São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

O perigo agora é o "já ganhou"

O maior perigo para a seleção, agora, é o "já ganhou", um mal que em 1998 nos acometeu depois da épica vitória sobre a Holanda na semifinal. O time relaxou, a torcida festejou antes da hora, deu no que deu.
A vitória era dada como tão certa que até hoje ressurge, de quando em quando, a absurda teoria conspiratória segundo a qual os jogadores brasileiros foram comprados para entregar o jogo para a França.
A situação agora é ainda mais perigosa. Primeiro, porque estamos a dois jogos do título (e não a apenas um, como em 1998).
Segundo, porque nosso adversário na semifinal é teoricamente fraco -uma "zebra", por mais que essa palavra tenha se desmoralizado neste Mundial-, o que reforça a tendência ao salto alto.
Mas quem viu a vitória da Turquia sobre o Senegal, ontem, sabe que teremos pela frente um osso duro de roer.
Os turcos não deram espaço para que os senegaleses desenvolvessem seu belo futebol (Diouf, por exemplo, não fez nada) e ainda criaram inúmeras chances de gol. Poderiam ter goleado.
Algumas emissoras de TV já definiram antecipadamente que a final será Brasil x Alemanha. Na melhor das hipóteses, uma precipitação. Na pior, uma leviandade.
Até porque quem viu ontem a vergonhosa arbitragem de Coréia x Espanha sabe que os alemães talvez tenham de superar mais que 11 rivais em campo.
jgcouto@uol.com.br



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