São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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Buffon garante Itália na ponta

Com sete defesas, goleiro ganha duelo com Cech na vitória por 2 a 0 diante da República Tcheca

Italianos vão enfrentar nas oitavas a Austrália de Guus Hiddink, técnico que dirigia a Coréia do Sul que eliminou europeus na última Copa


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A HAMBURGO

No duelo de dois dos melhores goleiros do mundo, Buffon superou Cech, e a Itália ganhou da República Tcheca por 2 a 0. Com o resultado, a Azzurra ficou em primeiro lugar do Grupo E e escapou de enfrentar o Brasil logo nas oitavas-de-final -pega a Austrália do técnico Guus Hiddink, que em 2002 dirigia a Coréia do Sul e eliminou os italianos do Mundial.
O goleiro da seleção italiana, um dos pivôs do escândalo de manipulação de resultados que sacode o "calcio" há meses -ele é acusado de realizar apostas ilegais-, foi destaque no jogo, com sete defesas, segundo o Datafolha. Cech, arqueiro do Chelsea, agarrou três bolas, mas não conseguiu evitar os gols de Materazzi e Inzaghi.
No início do jogo, apesar de a Itália jogar pelo empate para se classificar e a República Tcheca ter mais necessidade da vitória, os torcedores e os jogadores italianos mostravam certo nervosismo. Já os tchecos faziam barulho nas arquibancadas e pressionavam os adversários.
Nedved, que ontem se despediu de vez da seleção, deu trabalho aos italianos. Esteve a ponto de abrir o placar em forte chute que Buffon defendeu. No rebote, Jankulovski chutou para a ótima defesa do arqueiro.
A Itália sofreu o que seria duro golpe aos 17min. Nesta, considerado o melhor zagueiro do mundo, sentiu uma lesão na virilha e deixou o gramado. "Ele está com um problema no músculo adutor", disse o técnico italiano Marcello Lippi.
Materazzi o substituiu e converteu a primeira real chance de gol da Azzurra. Aproveitou escanteio cobrado por Totti aos 26min e, com seu 1,93 m, testou firme no canto baixo direito de Cech. Alívio para o time que precisava vencer para terminar em primeiro lugar na chave -Gana já derrotava os EUA.
No final do primeiro tempo, a situação ficou mais tranqüila ainda para a tricampeã mundial. Polak chegou forte em Totti, recebeu seu segundo cartão amarelo e deixou a Itália com um homem a mais. "O primeiro gol nos deu uma vantagem psicológica. Depois, com a vantagem numérica, facilitou. Mas, contra os EUA, nós tivemos vantagem numérica e não vencemos", falou Lippi.
Na segunda etapa, os tchecos chegaram pouco. Os lances mais perigosos foram chutes de Nedved defendidos por Buffon, que, entretanto, viu Materazzi ser eleito o "homem do jogo".
Lippi trocou Gilardino por Inzaghi, e o atacante do Milan desperdiçou duas ótimas oportunidades antes de definir o confronto aos 42min partindo sozinho do meio-campo, driblando Cech e empurrando para o gol vazio.
"O Inzaghi entrou dando mais velocidade", afirmou Lippi, que não aproveitou Del Piero (apostou em Totti) e deixou o atacante Toni fora do time.
O meia De Rossi não pôde atuar por ter dado cotovelada no atacante norte-americano McBride. Hoje, ele deve saber exatamente quantos jogos terá que cumprir de suspensão. Gattuso foi o titular. Jogou bem pelo lado direito do meio-campo, que ainda teve mais dois volantes: Pirlo e Perrotta.
Lippi diz que manterá sua política de não divulgar a formação a ser usada. ""Por que eu tenho que dar a formação um dia antes? Para a TV? Não me interessa se dizem que sou simpático ou antipático. Sou sério. Continuarei não divulgando."


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