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Príncipe valente
Kaká solta o verbo, diz não ter sangue de barata, defende Dunga e censura veladamente Robinho
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
O meia-atacante Kaká decidiu ontem falar grosso.
Único liberado por Dunga
para participar da entrevista
coletiva, ele defendeu o técnico, disse que os atletas da
seleção não têm "sangue de
barata" e censurou veladamente o atacante Robinho.
Fora da partida contra Portugal, na sexta-feira, em Durban, por causa do cartão vermelho recebido contra a Costa do Marfim, o jogador do
Real Madrid surpreendeu pela dureza do discurso.
Embora tenha dito que vai
se ""policiar" para não ser expulso mais uma vez na Copa,
o meia-atacante afirmou que
não evitará as divididas com
os atletas dos times rivais durante este Mundial.
"Apesar de o grupo ser
tranquilo, ninguém tem sangue de barata. Em campo, vocês viram o que aconteceu.
Em nenhum momento, a seleção foi desonesta ou desrespeitou o adversário."
Principal dúvida de Dunga
na competição por causa da
série de lesões sofridas na última temporada, Kaká afirmou que a imprensa nunca
viu atletas da seleção serem
violentos. "E nem vão ver a
seleção retroceder em um
confronto físico com divididas", disse o jogador.
Ele disse que não mereceu
o cartão vermelho. "Não
aconteceu nada. Se eu tivesse tido atitude irresponsável,
eu chegaria aqui e pediria
desculpas. Joguei uma partida normal e que acabou com
a minha expulsão."
Ele foi punido ao trocar entradas duras no jogo de domingo -a expulsão foi aos
43min da etapa final. O segundo amarelo foi dado pelo
juiz Stephane Lannoy após
encontrão dado por Kaká em
Keita. Tocou no peito, o rival
caiu com a mão no rosto.
CONTADOR DE PIADAS
Em seguida, Kaká defendeu Dunga, que tem relação
conflituosa com os jornalistas. No domingo, o técnico
proferiu palavrões na entrevista após a vitória de 3 a 1.
"Na concentração com a
gente, ele brinca, conta piada. É tranquilo em relação ao
grupo", disse. Segundo ele,
Dunga sofreu muito com críticas ao longo da carreira.
Eleito melhor jogador do
mundo pela Fifa em 2007,
Kaká contou que foi favorável à decisão do treinador de
restringir o acesso dos jogadores aos jornalistas. "Juntos, de uma forma coletiva,
decidimos que seria feito assim, com entrevistas coletivas diárias e um contato
maior só depois dos jogos."
Robinho foi o único que
violou a norma. Ele deu entrevista à Globo e foi censurado pelos colegas. No dia seguinte, foi obrigado a pedir
desculpas ao time. Robinho
nega que exista esse pacto.
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