São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Príncipe valente

Kaká solta o verbo, diz não ter sangue de barata, defende Dunga e censura veladamente Robinho

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

O meia-atacante Kaká decidiu ontem falar grosso. Único liberado por Dunga para participar da entrevista coletiva, ele defendeu o técnico, disse que os atletas da seleção não têm "sangue de barata" e censurou veladamente o atacante Robinho.
Fora da partida contra Portugal, na sexta-feira, em Durban, por causa do cartão vermelho recebido contra a Costa do Marfim, o jogador do Real Madrid surpreendeu pela dureza do discurso.
Embora tenha dito que vai se ""policiar" para não ser expulso mais uma vez na Copa, o meia-atacante afirmou que não evitará as divididas com os atletas dos times rivais durante este Mundial.
"Apesar de o grupo ser tranquilo, ninguém tem sangue de barata. Em campo, vocês viram o que aconteceu. Em nenhum momento, a seleção foi desonesta ou desrespeitou o adversário."
Principal dúvida de Dunga na competição por causa da série de lesões sofridas na última temporada, Kaká afirmou que a imprensa nunca viu atletas da seleção serem violentos. "E nem vão ver a seleção retroceder em um confronto físico com divididas", disse o jogador.
Ele disse que não mereceu o cartão vermelho. "Não aconteceu nada. Se eu tivesse tido atitude irresponsável, eu chegaria aqui e pediria desculpas. Joguei uma partida normal e que acabou com a minha expulsão."
Ele foi punido ao trocar entradas duras no jogo de domingo -a expulsão foi aos 43min da etapa final. O segundo amarelo foi dado pelo juiz Stephane Lannoy após encontrão dado por Kaká em Keita. Tocou no peito, o rival caiu com a mão no rosto.

CONTADOR DE PIADAS
Em seguida, Kaká defendeu Dunga, que tem relação conflituosa com os jornalistas. No domingo, o técnico proferiu palavrões na entrevista após a vitória de 3 a 1.
"Na concentração com a gente, ele brinca, conta piada. É tranquilo em relação ao grupo", disse. Segundo ele, Dunga sofreu muito com críticas ao longo da carreira.
Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 2007, Kaká contou que foi favorável à decisão do treinador de restringir o acesso dos jogadores aos jornalistas. "Juntos, de uma forma coletiva, decidimos que seria feito assim, com entrevistas coletivas diárias e um contato maior só depois dos jogos."
Robinho foi o único que violou a norma. Ele deu entrevista à Globo e foi censurado pelos colegas. No dia seguinte, foi obrigado a pedir desculpas ao time. Robinho nega que exista esse pacto.


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