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FUTEBOL
Dirigentes querem economizar até R$ 500 mil, por isso liberam reservas
São Paulo ignora multas
para diminuir despesas
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em busca de uma redução na
sua folha de pagamento, o São
Paulo decidiu abrir mão das multas contratuais de alguns jogadores que não estavam nos planos
do técnico Oswaldo de Oliveira.
Os são-paulinos já colocaram
em prática a sua nova estratégia liberando de seu vínculo o zagueiro
Rogério Pinheiro, devolvido de
empréstimo pela Lusa. Ele tinha
mais um ano de contrato para
cumprir, mas ganhou o direito de
negociar a sua transferência sem
ter de desembolsar um centavo.
Pinheiro recebia cerca de R$ 35
mil mensais. O valor que ele teria
de pagar ao time se a multa fosse
cobrada não foi revelado.
"Estamos agindo de acordo
com a nova dinâmica do futebol.
Não temos interesse em manter
jogadores que não conseguimos
negociar", declarou o diretor de
futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Ainda esta semana, o lateral-esquerdo Alemão, outro que retornou de empréstimo, deverá ser
dispensado de pagar a multa.
Pelo menos mais um lateral-esquerdo pode ganhar o direito de
sair do clube sem arcar com a rescisão. Por causa das chegadas de
Márcio, ainda no primeiro semestre, e Jorginho Paulista, Gustavo
Nery e Lino disputam a última vaga disponível para a posição.
Inicialmente, os dirigentes esperam conseguir negociar um dos
dois, caso contrário teriam de recorrer também à liberação, sem
cobrança de multa.
Na sexta-feira, será a vez de o
meia Souza ganhar a liberdade,
mas seu caso é diferente. O contrato do meia irá terminar na
quinta-feira e não será renovado.
Os dirigentes não querem continuar pagando os R$ 65 mil mensais que ele recebe.
"Há um mês, a diretoria me ofereceu um novo contrato, mas eu
ganharia menos, por isso não
aceitei", afirmou Souza.
O jogador disse aguardar uma
decisão, mas seu procurador, Édson Fassina, já foi avisado de que
o acordo não será renovado.
"Estou tranquilo, tenho mercado. Se o clube não me quiser mais,
arrumo minhas malas e vou procurar outro lugar para jogar."
A saída de Souza marca o fim
melancólico do ciclo de um jogador contratado em 1998 do rival
Corinthians por US$ 4 milhões,
valor que pode ser considerado
alto hoje. É quase a metade do que
o São Paulo conseguiu com a ida
de França para o Bayer Leverkusen e cerca de US$ 1 milhão a mais
do que o arrecadado na negociação de Belletti com o Villarreal.
O São Paulo poderia esticar o
atual contrato para tentar negociá-lo antes do fim do novo período. Assim tentaria recuperar parte do investimento. Essa foi a estratégia da antiga diretoria, presidida por Paulo Amaral. O compromisso foi renovado por um
ano, mas o clube só conseguiu
emprestá-lo ao Atlético-PR.
Apesar de a diretoria não admitir publicamente, a situação de
outros jogadores incomoda. Entre eles está o zagueiro Wilson,
que já teria saído do clube se houvesse outro time interessado.
A tentativa de diminuir os gastos com salários começou logo
após a final do Superpaulistão,
vencida pela equipe de Oliveira.
Emerson, Douglas e Lucio Flávio,
que estavam emprestados, foram
devolvidos. As saídas de Belletti e
França também ajudaram a aliviar as despesas.
Segundo o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa,
que não revelou quanto gasta por
mês com salários, a redução deve
chegar a R$ 500 mil mensais.
Essa meta ainda não foi alcançada, pois a equipe não viveu só da
saída de jogadores nos últimos
meses. Além de Jorginho Paulista,
chegaram recentemente Luis Fabiano e Ameli. Só o argentino ganha US$ 30 mil por mês.
Ontem, Kaká e Rogério, que estavam de folga, voltaram a treinar.
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