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Pena que é Pan
César Cielo "voa" para o ouro nos
50 m livre com um tempo que lhe renderia a glória nos últimos Jogos Olímpicos e no último Mundial
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Na maioria esmagadora dos
casos, um resultado que passaria vergonha em competições
mundiais já basta para conquistar uma medalha de ouro em
um Pan-Americano.
Não foi o caso do nadador
paulista César Cielo Filho, 20.
Em menos de uma hora, ele
teve duas performances espetaculares nas duas provas mais
rápidas da sua modalidade.
Primeiro, numa disputa que
tinha o campeão olímpico Gary
Hall Jr., ficou com a medalha
de ouro nos 50 m livre cravando 21s84, o novo recorde pan-americano. Na mesma prova,
Nicholas Santos foi prata.
Com essa marca, Cielo seria o
campeão de todas as Olimpíadas já realizadas e do Mundial
da Austrália, em março último.
Foi também o segundo tempo
mais rápido do ano, a só 20 centésimos do recorde mundial do
russo Alexander Popov.
No revezamento 4 x 100 m
medley, em que o Brasil foi prata, Cielo só não virou recordista
mundial porque o regulamento
da competição considera apenas o tempo de quem abre o revezamento para isso -o atleta
da interiorana Santa Bárbara
d"Oeste fechou a prova.
Ele nadou em 47s80, ou quatro centésimos a menos do que
a melhor marca de todos os
tempos, conquistada pelo holandês Pieter van den Hoogenband há sete anos.
No Mundial da Austrália,
Cielo foi o sexto nos 50 m, com
22s12. O vencedor foi o norte-americano Benjamin Wildman-Trobiner, com 21s88.
"No Mundial, fiquei um pouco frustrado porque já o tinha
vencido várias vezes na NCAA
[o campeonato norte-americano universitário]. Assim que
acabou a prova, disse: "Era para
eu ter ganhado". Então pus na
cabeça que iria nadar num tempo melhor que o dele", declarou
Cielo, que treina e estuda em
uma universidade do Alabama.
Com o que fez no Rio, ele disse que está credenciado para o
pódio em Pequim-2008. "Nadei muito bem, e agora já dá para começar a pensar em medalha olímpica. Este tempo do
Pan me deixaria tranqüilamente entre os cinco primeiros."
Aliados e adversários festejaram a performance de Cielo.
"Ele foi fantástico, está em
franca evolução. Tem muito
potencial", disse Gary Hall Jr.,
que foi apenas o quinto colocado. "Foi o melhor índice técnico do Pan. A vantagem do Cielo
é que ele participa de todos os
grandes eventos internacionais. Com isso, ganha amadurecimento", falou Ricardo de
Moura, diretor técnico da
CBDA, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Os tempos arrebatadores de
Cielo fecharam a melhor participação brasileira em Pans. Foram 29 medalhas (incluindo as
duas da maratona aquática, estreante nos Jogos), sendo 12 de
ouro. A marca anterior era de
Santo Domingo-03, com 21 pódios, três no lugar mais alto.
Se Cielo brilhou ontem,
Thiago Pereira falhou pela primeira vez. Dono de seis ouros,
não chegou aos oito: foi prata
no revezamento 4 x 100 m medley e bronze nos 100 m costas.
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