São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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TOSTÃO

Não entendo certas coisas


Não são claros os motivos da convocação e da liberação de Ronaldinho e da decisão do Real de não ceder Robinho

ENQUANTO a seleção principal possui três volantes que atuam do meio para trás (Gilberto Silva, Josué e Mineiro), os volantes convocados para a seleção olímpica (Anderson, Lucas, Hernanes e Ramires) jogam do meio para a frente.
Falta um volante mais recuado, que marque bem e inicie as jogadas ofensivas com um bom passe. Charles, do Cruzeiro, poderia ser esse volante.
Algumas semanas atrás, Robinho colocou em dúvida a sua liberação para a Olimpíada pelo Real Madrid, que diziam ser certa. Fiquei desconfiado. Nunca entendi por que o time espanhol cederia o jogador, já que não é obrigado e isso poderia atrapalhar a negociação do atleta com outro clube.
Portanto, não foi surpresa a decisão do Real Madrid de não cedê-lo. Arrumaram uma desculpa em cima da hora. Será que Robinho já sabia há mais tempo?
Não entendo também a razão de o Milan liberar Ronaldinho. A justificativa de que o jogador não atua há muito tempo e que a Olimpíada servirá para recuperá-lo não me convence.
Tentando compreender as necessidades do time italiano, Ronaldinho precisa se entrosar com os novos companheiros e, por ter ficado longo tempo parado, contundido, deveria se preparar melhor fisicamente, sem nenhuma pressa antes de jogar para valer.
O fato estimula a minha imaginação de que a convocação de Ronaldinho, anunciada por Ricardo Teixeira, e não por Dunga, que nunca tinha mencionado o nome do jogador para a Olimpíada, seria conseqüência de amplo acordo entre os patrocinadores, a CBF e o atleta, que o Milan teve que engolir para contratá-lo.
Se Kaká tivesse sido liberado pelo Milan, Ronaldinho não seria convocado. Um dos dois teria que ir para atender aos interesses comerciais.

Terapia do joelhaço
O agressivo atacante Kléber, do Palmeiras, já foi expulso três vezes no Brasileirão. No Campeonato Paulista, ele escapou de ser expulso ao dar uma cotovelada sem bola em André Dias, zagueiro do São Paulo, que não foi notada pelo juiz. Dizem que essas atitudes violentas começaram nas categorias de base. Ou seria na infância?
Kléber precisa de ajuda psicológica. Como os clubes não acreditam na psicologia esportiva e os jogadores costumam achar que tratamento psicológico é coisa para doidos, talvez a solução mais rápida seja a terapia do joelhaço com um discípulo do Analista de Bagé, personagem de Luís Fernando Veríssimo. Seria mais eficiente que manuais de auto-ajuda.

A regra é única
Enfim, apareceu um árbitro no futebol brasileiro que sabe marcar faltas. Nas partidas entre Fluminense e Palmeiras e entre São Paulo e Botafogo, o árbitro gaúcho Leandro Pedro Vuaden deu aula prática sobre o assunto, mesmo que tenha cometido poucos erros.
Jogadores cai-cai, como Dagoberto, iam para o chão e reclamavam de faltas inexistentes. As partidas ficaram melhores e mais corridas. Leandro não apitou no estilo europeu ou da Libertadores. Ele apitou certo. A regra não é clara, mas é única.


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