Técnico corintiano acha natural venda de peças importantes e fala em renovação para repor atletas

Depois das saídas de André Santos e Cristian, próximo deve ser Douglas, que joga hoje contra o Vitória com proposta do Oriente Médio

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de perder dois de seus principais jogadores, o Corinthians já flerta com o temor que tanto preocupa o seu técnico, o de o time ficar tão desfalcado por negociações a ponto de perder todo o trabalho construído nos últimos 19 meses.
E é esse o desafio que o Corinthians se impõe a partir do jogo de hoje diante do Vitória, no Pacaembu, às 21h: o de se reconstruir sem derrubar o que já deu certo até agora.
O previsível (e até aguardado pela diretoria corintiana) desmanche do elenco multicampeão foi iniciado a partir de empréstimos de jogadores reservas, sem espaço no elenco. Mas só após o anúncio das saídas de Cristian e André Santos é que o clube passou a vislumbrar o que pode lhe acontecer em termos de elenco.
O grande problema é que a negociação de atletas titulares não deve parar por aí.
O meia Douglas está com sua saída praticamente acertada para os Emirados Árabes. Com proposta oficial sobre a mesa do presidente Andres Sanchez, o clube tenta apenas aumentar o valor da negociação antes de assinar a liberação do atleta.
Na avaliação do próprio treinador corintiano, não há à sua disposição no elenco jogadores capazes de fazer os mesmos papéis que eram desempenhados por Cristian e André Santos, negociados com o turco Fenerbahce, ou mesmo para desempenhar a função de Douglas, que pelo menos hoje ainda estará em campo.
"A gente sabe que pode não encontrar jogadores com a mesma característica ou o mesmo nível, mas vamos encontrar quem tenha condição de fazer bem a função", tenta remediar Mano Menezes, que prega uma "renovação" imediata no elenco do clube.
Segundo Mano, tal procedimento é o que melhor propicia a reposição de jogadores. E ele cita como exemplo André Santos, a quem considera o mais difícil de ser substituído.
"Quando fala-se do André, parece que ele é uma estrela há cinco anos, quando, na verdade, ele chegou há pouco tempo e teve de provar seu valor. Os destaques individuais só acontecem a partir do momento bom vivido pelo time todo."
A perda de peças-chave do time titular foi tão sentida a ponto de Mano cogitar a possibilidade de ser obrigado a alterar o modo de jogo do time.
"Quando se mexe muito, os problemas começam a aparecer", analisa o treinador.
Uma das maiores preocupações de Mano no curto prazo é com seu setor defensivo, que, mesmo antes de perder dois jogadores, já demonstrava problemas. "Não se pode arriscar tanto, tem que ter um posicionamento mais rígido agora. A gente anda tomando muito gol. Ainda bem que estamos fazendo mais [gols], mas é um cuidado que temos que ter."


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