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Fim do exílio
Melhor pivô brasileiro, Nenê está de volta à seleção após três anos e fala em sacrifício por representar o país no Mundial de basquete, daqui a 1 mês, na Turquia
FÁBIO GRELLET
DO RIO
Após três anos afastado da
seleção por decisão pessoal,
o pivô Nenê, ou Maybyner
Rodney Hilário, 27 anos, 2,11
m e apelido recebido por ser
o menor da família, voltou.
O atleta trocou o Vasco em
2002 pela NBA e foi o sétimo
escolhido no draft (escolha
de talentos, geralmente jovens) pelo New York Knicks,
mas não atuou no clube
-trocado, foi para o Denver
Nuggets, onde está até hoje.
Enfrentou desavenças
com o então presidente da
CBB (Confederação Brasileira de Basquete), Gerasime
Bozikis, o Grego, e abriu mão
das convocações para de-
fender a seleção brasileira.
Após ter diagnosticado um
câncer no testículo, foi operado em janeiro de 2008.
No ano seguinte, Carlos
Nunes assumiu a CBB e, em
2010, trouxe o argentino Rubén Magnano, campeão
olímpico e vice mundial pela
Argentina, para o time brasileiro. E o técnico foi a Denver,
em fevereiro, convencer o pivô a voltar à equipe nacional.
Nenê se apresentou à seleção na segunda, no Rio. Feliz, falou que a apresentação
"foi a melhor possível". Na
terça-feira, após o primeiro
treino com Magnano, disse
que o técnico é exigente. "Deveria se chamar Rubén Duro,
pois o treino é bem duro."
Folha - O que mudou na CBB e
na seleção para você voltar?
Nenê - Primeiro, foi o contato que os dirigentes da confederação tiveram com os jogadores. Eles foram muito
educados, profissionais, por
mostrar o que a seleção realmente quer. Muitas coisas
mudaram, tanto o tratamento como a expectativa de dar
o melhor para a seleção. Algumas coisas aconteceram
comigo, e eu poderia ter tomado a mesma decisão do
Valtinho [que pediu para ser
dispensado], mas me sacrifiquei porque a seleção no momento é a coisa mais importante, então a gente está retribuindo. Esse sacrifício no futuro vai ser a diferença.
A ida do treinador Magnano
aos Estados Unidos para conversar com você foi determinante na sua decisão?
O fato de ele ter ido até lá
mostrou o crescimento da
CBB, depois de toda a turbulência vivida no passado.
Isso facilitou o acesso dos
jogadores [à comissão técnica]. Com isso, houve uma
troca de confiança entre a
seleção e os jogadores.
O novo treinador pode imprimir mais características
do basquete argentino na seleção brasileira?
O que mudou é que o professor Rubén falou que não
tem brincadeira. Brasileiro é
muito de brincar, descontrair, mas com o argentino a
coisa é séria. Já ouvi vários
conselhos de jogadores argentinos que falaram que a
coisa é dura. Mas isso é o certo, e estou acostumado.
Quando você treina sério,
tem hora para tudo. Quanto
ao estilo, só os treinos dirão.
Esta é a melhor seleção brasileira dos últimos anos? Você
considera que é melhor do
que a da geração de Oscar?
Não gosto de comparar.
Este time é jovem e maduro
ao mesmo tempo, com experiência internacional. Agora
temos que mostrar resultado.
Com ausências importantes
nas seleções de Estados Unidos, Argentina e Espanha, o
Brasil pode chegar ao título?
O nível do basquete americano se destaca um pouco
mais, mas está no limite. O
Brasil tem condição de conquistar um ótimo resultado e
surpreender. Para se ter
resultado, não adianta ficar
falando, tem que fazer.
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