São Paulo, sábado, 23 de julho de 2011

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Caso abre grave precedente, diz especialista

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

O presidente da Agência Nacional de Combate ao Doping (Anad), vinculada à confederação de atletismo, considera que a decisão da Corte Arbitral do Esporte no caso Cesar Cielo traz um legado negativo.
Flagrado no antidoping com o diurético furosemida, o nadador pegou um pena branda -apenas uma advertência-, se comparada a punições em casos similares anteriores.
"Criou-se um precedente perigoso e grave para o combate ao doping", diz Thomaz Mattos de Paiva.
"Hoje, os atletas se entopem de cafeína e correm o risco de estar tomando algo contaminado [com doping]. Essa imprudência tem que ser punida, sobretudo no caso de um atleta do nível dele [Cielo]."
Para Paiva, a punição branda passa uma mensagem errada e pode levar os atletas a tentarem burlar as regras usando diuréticos para mascarar um doping verdadeiro.
"É muito fácil o cara se entupir de anabolizante, e depois de furosemida, e usar como justificativa o fato de que o suplemento estava contaminado."
Cristiano Caús, advogado que defendeu a nadadora Daynara de Paula e a ginasta Daiane dos Santos em seus respectivos casos de doping, discorda do presidente da Anad.
"Atualmente, já há laboratórios que conseguem identificar resquícios de outras substâncias proibidas na urina mesmo que o atleta tenha usado algum diurético para mascarar", comenta Caús. Assim como outros advogados consultados pela Folha, Caús comemorou o precedente criado pelo caso Cielo.


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