São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Brasil perde outra e fica em situação complicada

Time masculino corre risco de cair na primeira fase do Mundial de basquete

Leandrinho, que atua na NBA, falha em derrota para a Turquia, e pior campanha na história da competição ronda equipe do técnico Lula


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção masculina perdeu ontem, no Mundial de basquete do Japão, desta vez para a Turquia, por 73 a 71, e já vislumbra sua pior campanha na história.
Caso não vença Grécia, campeã européia, hoje, às 7h30, ou Lituânia, amanhã, às 4h30, o time será eliminado precocemente do Mundial e disputará apenas do 17º ao 24º lugar.
Mesmo se vencer os dois jogos, corre o risco de pegar, nas oitavas-de-final, os EUA, de LeBron James e Dwyane Wade.
Bicampeão mundial (1959 e 1963), o Brasil não chega ao pódio desde o Mundial das Filipinas-78, quando ganhou o bronze. Sua pior campanha foi o 11º lugar no Canadá, em 1994.
Ontem, o time voltou a mostrar que tem dificuldade de enfrentar defesas fortes, que forçam o erro do rival. O Brasil teve aproveitamento sofrível nos arremessos de quadra (37,1%) e apresentou índice ainda pior nos tiros de três pontos (dois acertos em 17 tentativas).
Em um dia em que quase ninguém brilhou, Leandrinho acabou como herói e vilão. O armador do Phoenix foi o cestinha, com 26 pontos. No entanto, quando a grupo mais precisou de sua boa pontaria, ele falhou.
O jogador levou falta a cinco segundos do fim e poderia pôr o Brasil à frente. Errou os dois tiros. Ao todo, a equipe não converteu 14 lances livres na partida, contra seis erros turcos.
"A Turquia mostrou que tem boa equipe. Fomos bem no segundo tempo e tivemos a oportunidade de ganhar, mas não conseguimos aproveitar", lamentou Lula, técnico do Brasil.
Os turcos, que ficaram em nono no Europeu-05 e só foram ao Japão graças a convite da federação internacional, apostaram no jogo coletivo. E, com o terceiro triunfo consecutivo em Hamamatsu, se classificaram às oitavas-de-final.
Para vencer, ao contrário do Brasil, fizeram bom revezamento em quadra. O técnico Bogdan Tanjevic usou dez jogadores, sendo que nove deles atuaram ao menos 13 minutos.
A seleção brasileira tem dado esse espaço só a sete atletas, cansando seus destaques no final: Anderson Varejão (jogou 37 minutos ontem), Tiago Splitter (ficou em quadra 33) e Leandrinho (atuou outros 32).
Badalado com a presença de dois atletas da NBA (Anderson e Leandrinho), o time brasileiro precisa superar dois fantasmas nas rodadas finais: o grupo falha nos momentos decisivos e, historicamente, tem dificuldade de bater rivais europeus.
No Pré-Olímpico-03, foram três derrotas por quatro pontos ou menos (Argentina, Canadá e Porto Rico). Agora, nos amistosos preparatórios, mesmo fazendo frente a rivais fortes, a seleção voltou a cair na mesma situação (EUA e Alemanha).
Não bastasse isso, para não depender de ninguém, o Brasil precisa vencer dois confrontos seguidos contra europeus. A seleção não consegue essa façanha em Mundiais há 20 anos.
Os times do velho continente venceram 26 vezes o Brasil e sofreram 20 derrotas. Nos últimos dez jogos contra europeus pelo torneio, a seleção nacional coleciona apenas dois triunfos.


NA TV - Mundial de basquete ESPN Brasil e Sportv, ao vivo, Brasil x Grécia, às 7h30 de hoje, e Lituânia x Brasil, às 4h30 de amanhã


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